A visita de três dias de Olaf Scholz à China acontece depois de Pequim ter acusado a União Europeia de ser "imprudente", na sequência de investigações de Bruxelas sobre se os subsídios estatais estão a dar às empresas chinesas uma vantagem injusta.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que não tenciona afastar-se do mercado chinês, mas pediu a Pequim maior abertura comercial para que as empresas alemãs possam competir na segunda maior economia do mundo.
Scholz encontra-se numa visita de três dias à China para defender uma maior igualdade nas condições económicas. A viagem acontece poucos dias depois de o chanceler alemão e de o Presidente francês Emmanuel Macron terem feito um apelo a um "reequilíbrio" das relações comerciais com a Europa.
O Presidente da China, Xi Jinping, afirmou que a Alemanha deve encarar e desenvolver as relações bilaterais numa perspetiva estratégica e de longo prazo.
"A China e a Alemanha são a segunda e a terceira maiores economias do mundo. A importância da consolidação e do desenvolvimento das relações entre a China e a Alemanha ultrapassa largamente o âmbito bilateral e tem grande influência no continente euro-asiático e no resto do mundo", declarou o presidente chinês.
Economia chinesa dispara, Europa sofre retração
A visita de Scholz surge numa altura difícil. Na semana passada, a China acusou a União Europeia (UE) de ser "imprudente", depois de Bruxelas ter lançado uma série de investigações sobre os subsídios estatais concedidos a empresas chinesas.
Tudo isto acontece numa altura em que a China regista um crescimento económico recorde.
"De acordo com as estimativas preliminares, o PIB no primeiro trimestre atingiu 29,6 biliões de yuans, um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior a preços constantes, ou um aumento de 1,6% em relação ao quarto trimestre do ano passado.", informou Sheng Laiyun, do Instituto Nacional de Estatística da China.
"O valor acrescentado da indústria primária aumentou 3,3% em relação ao ano anterior; o da indústria secundária aumentou 6% em relação ao ano anterior; e o da indústria terciária subiu 5% em relação ao ano anterior.", acrescentou.
Este valor excede o objetivo de crescimento de 5% fixado pelo primeiro-ministro chinês Li Qiang em março, que alguns analistas consideraram "ambicioso".
Os números contrastam fortemente com o início de ano atribulado do bloco europeu. As previsões de inverno da Comissão Europeia, publicadas em fevereiro, apresentam uma revisão em baixa do crescimento económico de 2024, para 0,9% na UE e 0,8% na zona euro.