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"A Polónia vai aderir ao Euro"

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De  Euronews
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Prestes a assumir a presidência da União Europeia, que acontecerá no primeiro dia de julho, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, explica à euronews quais são as perspetivas. Fortalecer a cooperação e a coesão no seio da União é um dos seus principais objetivos

euronews: Primeiro-ministro Tusk, o seu país vai assumir a presidência da União Europeia, mas é um momento difícil, pois existem problemas políticos devido à falta de consenso em relação à União Europeia. Como pensa resolver este euroceticismo crescente na Europa?

Donald Tusk: A União Europeia não é um conceito para tempos fáceis apenas, tem de prestar provas também em tempos difíceis. Na minha opinião esta será a primeira tarefa da presidência polaca, ou seja, construir uma fé na Europa semelhante à nossa.

euronews: Há países que gostariam de reduzir o orçamento da União Europeia, pois dizem que estão a gastar demasiado. O que pensa disto? É este um exemplo do crescente sentimento de euroceticismo?

Donald Tusk: Será que os investimentos em estradas, autoestradas, proteção ambiental… De um modo geral, os investimentos provenientes do orçamento europeu, são a causa da crise? Nós sabemos a resposta: é claro que não! Gostaria também de sublinhar o facto de o orçamento europeu, em comparação com os orçamentos nacionais nos últimos anos não estar a aumentar, mas a diminuir. Hoje em dia, ninguém com bom senso deveria pedir um aumento radical das despesas. Nós todos precisamos diminuir a despesa pública, mas, se a vítima da crise financeira fosse a política europeia comum e o orçamento europeu, então esse seria o erro mais grave que a União Europeia poderia fazer.

euronews: Senhor primeiro-ministro, não falo apenas da política de coesão e do orçamento, mas também sobre os países que estão a resgatar outros da União Europeia. Este caso, não é uma questão de política de coesão. O que pensa sobre esta a crítica proveniente daquelas pessoas que sentem que estão a pagar impostos para os outros?

Donald Tusk: Eu não faço diferença entre os deveres de, por exemplo, alemães e gregos. Todos nós temos os mesmos deveres que, por um lado, consistem em não desperdiçar o dinheiro público, como já aconteceu em alguns países do sul, e por outro, não nos podemos sentir ofendidos pela União Europeia, pois no mercado comum da UE, os países ricos também têm os seus grandes lucros.

euronews: Mais cedo ou tarde, a Polónia deve aderir e adotar o euro, mas o povo polaco não parece estar disposto a adotar a moeda única. E o governo? Qual é a opinião do seu governo?

Donald Tusk: Tomámos a decisão há muito tempo e tratámo-la de forma bastante séria na Polónia. A adesão à UE e a assinatura dos tratados significam que a Polónia se vai tornar membro da Zona Euro. Queremos adotar a moeda única o mais rápido possível. O facto de hoje o entusiasmo das pessoas em relação ao euro não ser tão grande como era antes, deve-se à situação atual na zona do euro e não a uma mudança de pensamento dos Polacos.

euronews: Mas está a justificar o receio dos seus cidadãos, porque essa é a abordagem que alguns estados-membros da zona do euro têm em relação à moeda única.

Donald Tusk: Nós, na Polónia, gostaríamos de fazer o que temos de fazer para aderirmos à Zona Euro. Eu sempre disse que o que eles sentem é o que eles sentem, mas existem critérios concretos…

euronews: Mas a moeda única é impopular na Polónia, ou não? Eles vêm o que se passa na Zona Euro.

Donald Tusk: Não, não! Temos sublinhado sempre que a decisão será tomada quando a Polónia cumprir todos os critérios de Maastricht. Alguns disseram que a Polónia, com a sua boa situação económica e financeira pode encurtar o caminho para o euro, mas acreditamos que para entrar na zona euro de forma responsável, o país tem de cumprir todos os critérios de Maastricht. Será nessa altura que tomaremos a decisão. Acredite, o entusiasmo pode ser menor do que antes, mas mesmo assim é suficiente para que a Polónia adira à zona euro.

euronews: A maioria dos problemas da política externa e de segurança são provenientes do Médio Oriente. Face a esta revolta árabe, a União Europeia não tem sido capaz de encontrar uma posição comum para enfrentar a situação. Então, qual é a proposta que vai colocar na mesa?

Donald Tusk: Quando participei na reunião de Paris, na altura em que a intervenção europeia teve início, perguntei-me: Serão verdadeiras as diferenças entre os Estados da UE e, existem de facto? Acredito que a situação não é tão má como é vista por algumas pessoas de fora.

euronews: Desculpe senhor primeiro-ministro, mas os alemães estavam bastante relutantes em entrar na guerra da Líbia, por exemplo, quando os franceses e os britânicos iniciaram os ataques e os bombardeamentos. E em relação aos italianos, ninguém sabia o que queriam. Nesta situação eles não estavam contentes com isso. Portanto, este é um grande problema para a União Europeia, que foi incapaz de expressar uma posição única, devido à divisão entre os Estados-membros.

Donald Tusk: O facto é que são os franceses e os britânicos que estão mais envolvidos numa intervenção militar, mas existem outros parceiros que participam, consoante as suas possibilidades. É por isso que acredito que o comportamento político da Europa, mostrou estar ao mais alto nível, tendo em conta todas as experiências anteriores. Temos de ter em conta uma outra coisa: não possuímos uma regulamentação militar e administrativa uniforme e isso prova que, no futuro, a política europeia de segurança deve ser mais bem organizada e integrada, repleta de regras para depois não termos de ouvir as discussões e os debates chatos sobre com quanto cada país pode contribuir.

euronews: O que pensa sobre a política da União Europeia em relação à Rússia? Acha que é coerente ou será a Rússia um outro fator de cisão entre os países europeus?

Donald Tusk: Estou muito satisfeito por estarmos agora a ter esta conversa, numa altura em que estamos a terminar um processo muito difícil de negociações aqui, em Bruxelas. Esse processo visa tornar possível aos cidadãos russos viajarem para a UE sem visto, pelo menos aqueles que são originários do enclave de Kalinegrado. Estamos a finalizar isso. Este é mais um passo para regularizar as relações russo-polacas. Acredito que a Polónia com a sua experiência e graças à abordagem do meu governo, nos últimos anos, tem vindo a construir boas relações com a Rússia… Graças a tudo isso acredito que a Europa caminha para uma política coerente em relação à Rússia, sem mudanças radicais.

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