A proposta de orçamento do Governo de coligação prevê um défice de 2,4% para os próximos três anos e ainda tem de ser votada no Parlamento
Com o Orçamento de Estado para Itália na agenda, a Bolsa de Milão afundou, os juros da dívida dispararam, os investidores mostram reservas e Bruxelas não esconde a irritação.
Depois de várias semanas de negociações, a coligação no poder em Itália concordou em subir o valor do défice para 2,4% do PIB em 2019, 2020 e 2021. Um número acima do teto de 1,6% defendido pelo ministro da Economia. De acordo com várias fontes, o independente Giovanni Tria, terá aceitado a mudança na reunião feita na tarde desta quinta-feira entre os principais dirigentes do executivo.
Os vice-primeiro-ministros Luigi de Maio e Matteo Salvini, que chegaram a ameaçar a aprovação do documento, dizem que este será o "Orçamento da Mudança" na vida dos italianos.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, classificou a dívida pública italiana de "explosiva" e ressalvou que as regras da zona euro "devem ser respeitadas."
Entre outras coisas, a proposta reserva 10 mil milhões para o rendimento para os mais pobres, uma bandeira do Movimento 5 Estrelas. Também permitirá às pessoas reformarem-se mais cedo, libertando cerca de 400 mil empregos para os jovens, com um custo de 7 mil milhões de euros.
Outros 12,4 mil milhões destinam-se a evitar o aumento do IVA.
O impacto já se fez sentir nas praças europeias.