A elétrica portuguesa decidiu antecipar o encerramento das centrais na península ibérica e vai apostar no hidrogéneo verde
É mais um passo na chamada transição energética. A EDP vai encerrar as centrais a carvão na Península Ibérica já a partir de janeiro de 2021. Na comunicação à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, a elétrica portuguesa justifica a decisão o agravamento das condições de venda para estas centrais.
Em Portugal, a decisão diz respeito a Sines e Pego; em Espanha vai ter impacto nas centrais de Soto da Ribera e Aboño. Algumas estruturas já não estavam a produzir, mas as licenças mantinham-se em vigor.
A operação vai custar 100 milhões de euros, mas a EDP garante que vai respeitar os compromissos laborais. Em vez de despedir, a empresa quer aproveitar o novo Fundo para a Transição Justa da União Europeia para dar formação aos trabalhadores e criar polos para novas energias.
Uma das maiores apostas é no hidrogénio verde. Até agora, 95% do hidrogénio usado como combustível é produzido com uma elevada fatura de carbono, a partir da reformação do gás nat ural. O objetivo é fazer a eletrólise da água, sem libertação de qualquer poluente para o ambiente.
A notícia deste avanço para as energias limpas surge um dia depois de se saber que a EDP foi constituída arguida no âmbito do processo que envolve Artur Trindade, secretário de estado da Energia no tempo de Passos Coelho.
Um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e que tem entre os arguidos António Mexia e João Manso Neto, que eram até há pouco tempo presidentes da EDP e da EDP Renováveis.