Presidente do Banco Central Europeu revela confiança, mas prefere esperar antes de começar travar os estímulos de emergência na zona euro
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter a política de estímulos para apoiar a retoma da economia apesar da incerteza existente na zona euro provocada pela pandemia.
A presidente do BCE constatou que o primeiro trimestre deste ano foi de recuo, mas revelou confiança na aparente recuperação em curso.
Ainda assim, a compra de títulos de dívida do programa de emergência vai continuar no ritmo mais acentuado adotado em março.
De acordo com Christine Lagarde, "enquanto a recuperação da procura global e o apreciável estímulo fiscal continuam a suportar a atividade global, e em particular na zona euro, as perspetivas económicas a curto prazo mantêm-se ensombradas pela incerteza de um novo agravamento da pandemia e do progresso das campanhas de vacinação".
A presidente do BCE admitiu não ter sido discutido ainda o eventual abrandamento dessa compra de dívida através do programa de emergência porque isso seria "prematuro".
Lagarde aproveitou também para apelar aos governos da União Europeia em falta para ratificarem rapidamente o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de forma a manter ou até acelerar os prazos da retoma na UE.
Neste particular, Portugal, atualmente na presidência rotativa dos "27", foi o primeiro Estado-membro a apresentar em Bruxelas o plano nacional para uso dos fundos do PRR, que espera começar a receber no verão.
O setor da Cultura portuguesa é um dos mais necessitados e há muito clama por apoios, entretanto anunciados esta quarta-feira no âmbito do PRR, para começar tão rápido quanto possível a mitigar os danos da inatividade provocada pela Covid-19.
As decisões do BCE levaram as bolsas a reagir com otimismo e a fechar em alta esta quinta-feira.