A nova coleção Primavera/Verão de Jean-Paul Gaultier volta ao primeiro ano de maioridade do artista, quando conheceu Pierre Cardin, a quem homenageia. "18" é uma coleção de minúcia, requinte e ilusão, a começar pela ótica.
Jean-Paul Gaultier não revisita, reinventa.
O tecido que afinal é um complexo bordado, a tridimensionalidade feita de minuciosas junções, o surrealismo monocromático ou até o vestido espiralado de onde sai uma criança que combina são as provas visuais desse talento criativo.
A nova coleção Gaultier Primavera Verão chama-se 18, numa alusão à idade com que conheceu o estilista que conotou a década de 60, Pierre Cardin, a quem rendeu homenagem.
Para Pierre Cardin, o que desfilou foi um talento raro na indústria da moda: "Não, não (não se inspirou em mim), ele tem a personalidade dele. Na minha opinião, a homenagem não é a história toda. Esta é uma verdadeira criação, não imita Pierre Cardin. Ele copiou-se a ele. E isso é o mais difícil, hoje, no mundo da moda".
Os anos 60 podem ter sido o ponto de partida, mas o requinte de minúcia, de bordados e franjas, muitas franjas, até um fato completo com 1500 metros delas, dão à surpresa de um olhar atento a assinatura alta-costura de Jean Paul Gaultier.