A União Europeia aprovou hoje o sexto pacote de sanções contra a Rússia, marcado por sucessivos bloqueios e exigências de Budapeste
Salvo pela Hungria, o líder a Igreja Ortodoxa russa vai, afinal, escapar à nova ronda de sanções da União Europeia contra o país, para já pelo menos.
O nome do patriarca Cirilo (Vladimir Gundayev) constava de uma "lista negra" de vários indivíduos, a incluir no sexto pacote de sanções já aprovado, mas Budapeste recusou dar a bênção, invocando motivos de liberdade religiosa.
O bloqueio provocou um coro de críticas.
"Este homem, vestido com roupas de patriarca, é, na verdade, um colaborador muito próximo de Vladimir Putin, cumprindo os desejos dele e abençoando as atrocidades na Ucrânia. Merecia ser completamente sancionado e condeno a atitude e chantagem do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán", disse, em entrevista à Euronews, o eurodeputado alemão do grupo do Partido Popular Europeu, Michael Gahler.
O patriarca é um fervoroso apoiante do presidente russo.
Desde o início da guerra na Ucrânia, tem espalhado a palavra e as narrativas de Vladimir Putin em sermões religiosos.
Motivo pelo qual, durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia desta segunda-feira, os líderes europeus deram a "luz verde" a sancioná-lo.
A Hungria viria a bloquear decisão ao nível dos embaixadores da União Europeia, que acabaram por aceder a mais uma exigência, em nome da salvação do importante embargo ao petróleo russo. Também neste dossier, Viktor Orbán bateu o pé conseguindo uma isenção.
Budapeste reclama vitória, falando numa longa batalha travada, mas insistindo que as concessões obtidas estão em linha com o interesse nacional.