Detenções ocorreram em Itália e na Alemanha. Investigação estendeu-se a Bélgica, Espanha, França e Portugal, onde se registou um detido
Uma megaoperação sem precedentes contra a máfia calabresa e realizada em cinco países europeus levou à prisão de 155 pessoas e ao desmantelamento de uma rede dedicada ao narcotráfico e ao tráfico de armas de e para a América Latina.
Um dos detidos estava em Portugal. Trata-se de um cidadão italiano, de 62 anos, tendo a Polícia Judiciária portuguesa apreendido também documentos, viaturas e cerca de meio milhão de euros em dinheiro, além de arrestar ativos de nove sociedades comerciais, incluindo cinco estabelecimentos de restauração.
Os tentáculos da organização mafiosa abarcavam também Espanha, Alemanha e Bélgica.
"É, sem dúvida, a maior operação de sempre jamais realizada contra a máfia calabresa na Europa. Mais de mil polícias participaram nas rusgas desta manhã na Alemanha e 1400 em Itália. Isto tendo por base de partida um dossier belga", afirmou o porta-voz da Procuradoria Federal belga, Eric van Duyse.
Resultado de três anos de investigação, a operação Eureka expõe os fortes laços da 'Ndraghetta com países como a Bélgica ou a Alemanha, e as suas práticas de lavagem de dinheiro em diferentes empresas. Em toda a Europa, a polícia apreendeu 25 milhões de euros em propriedades e imóveis.
Todos os detidos são acusados, entre outros crimes, de associação mafiosa, tráfico internacional de droga, tráfico de armas, incluindo de guerra, e branqueamento de capitais.
Ao longo das últimas décadas, o grupo de crime organizado tornou-se o mais rico de Itália, devido às receitas provenientes do tráfico de cocaína, tendo alargado o seu alcance a toda a Europa e a vários continentes, à medida que a máfia siciliana perdia influência.