Fiona Scott Morton renunciou ao cargo de economista-chefe para a Concorrência na Comissão Europeia sem surpresa para a maioria dos eleitos no Parlamento Europeu
A comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vastager, deus explicações, terça-feira, no Parlamento Europeu, que não convenceram, e disse no Twitter que aceitava a decisao de Fiona Scott Morton "com pesar".
As críticas relacionaram-se com o facto da académica e ex-consultora não ser europeia e ter trabalho com multinacionais norte-americanas de tecnologia, tais como a Apple e a Microsoft.
"Face a este recrutamento problemático, embaraçoso, era preferível renunciar e esta foi uma decisão sensata. Simplesmente, havia questões em torno do seu recrutamento, porque era inadmissível recrutar para a Comissão Europeia um economista-chefe que não fosse europeu", disse Stephanie Yon Courtin, eurodeputada francesa liberal, em declarações à euronews.
"Tendo nacionalidade norte-americana, as questões colocavam-se em termos de acesso a informações confidenciais e de conflito de interesses", acrescentou.
O governo francês foi muito crítico, mostrando-se atónito por não ter sido escolhida uma personalidade europeia para um cargo tão sensível.
O presiente Emamnuel Macron considera que a União Europeia (UE) tem de se mostrar mais autónoma face aos EUA, e o resto do mundo, na área de tecnologias sensíveis.
Mas há quem considere que é um erro passar uma imagem de protecionismo da Europa: "Penso que a sua cidadania norte-americana desempenhou um papel muito importante, mas é uma estupidez que seja o principal argumento de oposição", disse Rasmus Andresen, eurodeputado alemão dos verdes.
"Penso que a UE deveria atrair mais peritos de diferentes partes do mundo. A mensagem que estamos a enviar é que quem é cidadão norte-americano ou quem vem de um país asiático não é bem-vindo", acrescentou, em entrevista à euronews.
A nomeação da ex-funcionária no governo do presidente norte-americano Barack Obama levou três grupos polítcios do PE a enviaram uma carta à Comissão Europeia manifestando "consternação".
O executivo comunitário terá de encontrar novo candiato para o cargo até 1 de setembro.