Estado da UE: Eurodeputados criticam ausência da inflação e de outros temas

Os eurodeputados fizeram comentários ao discurso sobre o Estado da União, por Ursula von der Leyen
Os eurodeputados fizeram comentários ao discurso sobre o Estado da União, por Ursula von der Leyen Direitos de autor Jean-Francois Badias/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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De  Sandor ZsirosIsabel Marques da Silva
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Inflação, políticas sociais e o Estado de direito foram alguns tópicos que ficaram de fora do discurso de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, sobre o Estado da UE, quarta-feira, em Estrasbugo, o que foi criticado pelos eurodeputados.

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Apesar da inflação, políticas sociais e o Estado de direito não terem sido destacadas,  os eurodeputados de várias bancadas mencionaram estas e outras prioridades que querem ver abordadas até ao final do mandato da Comissão Europeia, em reação ao discurso da sua presidente, Ursula von der Leyen.

Mas o líder da maior bancada (centro-direita) gostou da decisão de investigar as práticas desleais da China: "Temos de ver o comportamento injusto nos mercados, os subsídios que os chineses estão a dar. E é por isso que temos de nos proteger. Temos de utilizar os nossos métodos, as nossas ferramentas para proteger o nosso mercado", disse Manfred Weber, à euronews. 

"Vemos, atualmente, no setor dos veículos elétricos, que está a ser obviamente afetado pelos subsídios chineses. Somos a favor do comércio internacional, mas não podemos ser ingénuos", acrescentou o eurodeputado alemão.

O destaque no discurso sobre medidas para gerir a migração agradou aos socialistas, a segunda maior bancada parlamentar. Mas estes eurodeputados não deixaram de criticar a presidente da Comissão Europeia por algumas decisões nessa área, tais como o acordo com a Tunísia, regime autoritário e acusado de violações dos direitos humanos.

Há milhões de famílias a sofrer com a inflação, com o custo de vida, com o custo da habitação. Não ouvimos nem uma palavra de von der Leyen sobre políticas concretas para estas famílias europeias.
Pedro Marques
Eurodeputado, centro-esquerda,Portugal

Os socialistas também ficaram desiludios com a ausência de um tema, segundo o eurodeputado português Pedro Marques: "Para nós esteve ausente, notoriamente, toda a dimensão social da situação atual". 

"Há milhões de famílias a sofrer com a inflação, com o custo de vida, com o custo da habitação. Não ouvimos nem uma palavra de von der Leyen sobre políticas concretas para estas famílias europeias", disse, ainda, à euronews.

O alargamento, com condições

Para os liberais do grupo Renovar a Europa, foi grave não ter sido destacada a necessidade de preservar a democracia e o Estado de direito na Polónia e na Hungria.

Mas o líder do grupo congratulou-se com o apelo ao alargamentob, insistindo que a UE precisa de se preparar com reformas internas: "Quero realmente que façamos progressos em matéria de alargamento. Mas isso significa, também, que a União Europeia tem de trabalhar nas suas instituições, na sua capacidade de decidir com 32 ou 33 países", disse Stéphane Sejourné, eurodeputado francês.

"É preciso, também, analisar todas as regras relativas ao Estado de direito, como referi. Ainda existem países com muita corrupção, com a qual é preciso lidar, e há países onde é preciso reformar o sistema judicial", acrescentou Séjourné.

Alguma das maiores críticas a Ursula von der Leyen vieram do grupo Identidade e Democracia, que agrega sobretudo políticos de filiação na extrema-direita.

"Depois do Brexit, poderíamos ter tido uma UE mais modesta e relutante. Mas, desde então, temos visto a UE mais radical e mais extremista do que nunca", disse Gerolf Annemans, eurodeputado belga da extrema-direita.

Para fechar vários dossiês legislativos, a Comissão Europeia terá de negociar fortemente com o Parlamento Europeu nos próximos meses, sobretudo na revisão do orçamento da UE.

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