Wopke Hoekstra: o polémico candidato da Comissão Europeia à pasta do Clima

Hoekstra na sessão plenária em Estrasburgo
Hoekstra na sessão plenária em Estrasburgo Direitos de autor FREDERICK FLORIN/AFP or licensors
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De  Nuno Prudêncio
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Hoekstra trabalhou para a McKinsey e a Shell. Em 2020, o seu discurso sobre a pandemia foi qualificado por António Costa como "repugnante"

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A dois meses da COP28, o candidato da Comissão Europeia à pasta do Clima está a prestar provas aos eurodeputados, após Frans Timmermans abandonar a função para concorrer às legislativas neerlandesas

Mas há muitas dúvidas em torno do neerlandês Wopke Hoekstra, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos e antigo ministro das Finanças, cargo que ocupava em 2020 quando o chefe do executivo português, António Costa, qualificou de "repugnante" a sua proposta de investigar os problemas orçamentais de Espanha para enfrentar a pandemia. Agora o discurso é outro.

"Através do Pacto Ecológico Europeu, a presidente Von der Leyen e o antigo vice-presidente Timmermans lançaram os pilares da transformação verde na Europa. Quero garantir-vos que vai haver continuidade em todo o Pacto Ecológico. Pretendo concluir rapidamente todas as negociações pendentes, mas não serei um mero vigilante, isso não faria justiça à escala, à magnitude do nosso desafio", declarou na audição.

Hoekstra trabalhou igualmente para a empresa de consultadoria McKinsey e para a petrolífera Shell. Vários eurodeputados manifestam a preocupação pelo futuro das políticas ecológicas, tendo em conta o rumo do Partido Popular Europeu (PPE), de que Hoekstra faz parte.

Michael Bloss, do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, afirma que "a verdadeira questão é saber se o Partido Popular Europeu vai continuar com as suas políticas anti-ecologia e a votar contra todas as leis sobre o clima, ou se iremos ter uma política climática ambiciosa? Ele tem de ser mais convincente. Diz palavras simpáticas, mas não é concreto. Por isso, vou tentar fazê-lo revelar-se".

O candidato declarou, por exemplo, que defende o corte das emissões de CO2 em 90% até 2040. Mas nem a sua bancada conservadora está de acordo sobre essa meta. 

"Ele tem de convencer o Comité do Ambiente, por isso assume compromissos com os quais nem sempre concordo. Não estamos muito entusiasmados em fixar neste momento a ambição para 2040", salienta Peter Liese, do PPE. 

Os eurodeputados vão pronunciar-se esta quinta-feira, em Estrasburgo.

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