A euronews analisa as alegações, nas redes sociais, de que o Papa Francisco foi visto a usar uma cruz com as cores do arco-íris em sinal de apoio à comunidade LGBTQ+
Será que o Papa Francisco foi visto recentemente a usar uma cruz com as cores do arco-íris em sinal de apoio à comunidade LGBTQ+?
Este facto causou bastante controvérsia online, com muitos a acreditarem que isto indica que a Igreja Católica está a voltar atrás na sua histórica posição anti-LGBTQ+.
Recentemente, estas fotografias do Papa Francisco tornaram-se virais nas redes sociais. Mostram o pontífice a usar uma cruz com as cores do arco-íris, que muitos afirmam representar a comunidade LGBTQ+.
Muitos expressaram apoio ou desdém pelo facto de o Papa tomar uma posição sobre a questão da aceitação de pessoas LGBTQ+ na Igreja Católica.
Depois de fazermos uma pesquisa de imagem inversa, descobrimos que a fotografia não é recente.
Foi tirada em 2018 durante a Décima Quinta Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Na conta oficial do Twitter do Vaticano explica-se que a cruz colorida foi um presente da Pastoral Juvenil Latino-Americana. Cada uma das quatro cores representa uma região diferente da América Latina. Por exemplo, o verde representa o México e a América Central, enquanto o amarelo representa as Caraíbas, etc.
Já a bandeira do Orgulho Gay é, ligeiramente, diferente. Existem diferentes versões da mesma, mas a mais popular tem seis cores diferentes.
Não é a primeira vez que esta imagem é partilhada nas redes sociais, espalhando informação errada e desinformação sobre o Papa Francisco.
Vimos tweets semelhantes alegando que o Papa ostentava uma cruz de cores LGBTQ + em 2020.
O Papa Francisco adoptou, de facto, um tom mais conciliatório em relação às pessoas LGBTQ+, em comparação com os seus antecessores.
Em outubro, sugeriu que a possibilidade de abençoar uniões entre pessoas do mesmo sexo, embora tenha reiterado que o casamento na Igreja Católica é entre um homem e uma mulher.
Em agosto, o Papa apelou às centenas de milhares de pessoas reunidas perante ele, para gritarem que a Igreja Católica é um lugar para todos, incluindo a comunidade LGBTQ+
O Papa também criticou as leis que criminalizam a homossexualidade.