"Estado da União": Pressão para autonomia europeia na defesa

Airbus está a ponderar reduzir o número de pilotos aos comandos de um avião
Airbus está a ponderar reduzir o número de pilotos aos comandos de um avião Direitos de autor LM Otero/Copyright 2020 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor LM Otero/Copyright 2020 The AP. All rights reserved.
De  Stefan Grobe
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A sugestão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, um dos candidatos à eleição pelos republicanos, de que os aliados na NATO que não gastem 2% do PIB em defesa não merecem a proteção norte-americana foi recebida com choque e contribuiu para a crescente pressão sobre a autonomia europeia na defesa.

PUBLICIDADE

"Perigoso", "desequilibrado", "aterrador" foram alguns dos termos usados para descrever o comentário feito por Trump num comício, tendo uma das críticas mais veementes sido feita pelo chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

"A NATO não pode ser uma aliança militar 'à la carte', não pode ser uma aliança militar que funciona em função do humor do presidente dos EUA nesses dias. Não se trata de "sim, não, sim, amanhã, não, depende, quem és tu? Agora vamos lá, vamos ser sérios. Sejamos sérios", disse Borrell aos jornalistas.

Numa reunião dos ministros da defesa da NATO, esta semana, os participantes também debateram o impacto destas palavras. Os membros da NATO que são também membros da União Europeia estão cada vez mais convictos da necessidade de aumentar a autonomia em termos de defesa, o que tem fortes implicações orçamentais quando a situação económica continua a ser bastante difícil.

Esta semana, a Comissão Europeia reviu em baixa as suas previsões de crescimento económico para 2024: 0,9% para a União Europeia (UE) em geral e 0,8% para a zona euro. 

O grupo aeroespacial europeu Airbus divulgou os seus últimos resultados e a indústria da aviação continua tentar controlar os gastos. Um das opções que está a ser considerada é a redução do número de pilotos aos comandos de um avião.

A Euronews entrevistou Otjan de Bruijn, presidente da Associação Europeia do Cockpit, que representa mais de 40 mil pilotos, em 33 países.

"Na aviação, temos um sistema de redundância e um backup para todos os sistemas críticos de segurança. Esta filosofia está no centro da aviação moderna. Para dar um exemplo, a bordo dos grandes aviões, todos os sistemas críticos de segurança são instalados em duas ou três partes. Para evitar esta falha crucial. Atualmente, há também dois pilotos aos comandos de um avião. Dois pilotos trabalham em equipa. Servem como esta rede de segurança crítica que monitoriza os sistemas, mas também se monitorizam mutuamente, detetando erros e mitigando potenciais perigos antes que estes se agravem", explicou Otjan de Brijn.

(Veja a entrevista na íntegra em vídeo)

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Falta de ajuda dos EUA já tem impacto no campo de batalha na Ucrânia

Stoltenberg diz a Trump que não se deve minar a credibilidade da NATO

"Imprudente": A ameaça de Trump aos aliados da NATO provoca uma forte reação na Europa