“Estado da União”: Proteger a natureza e controlar gigantes digitais

Agricultores jogaram beterraba, pulverizaram esterco na polícia e atearam fogo no feno
Agricultores jogaram beterraba, pulverizaram esterco na polícia e atearam fogo no feno Direitos de autor AP Photo/Geert Vanden Wijngaert
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De  Isabel Marques da Silva
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O protesto dos agricultores e o adiamento da votação da Lei da Recuperação da Natureza mostraram, esta semana, como o Pacto Ecológico Europeu pode ser alvo de mal-entendidos e contestação. Este é o tema central do programa desta semana, com a análise de Faustine Bas-Defossez.

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O que costumava ser uma exceção parece agora ter-se tornado uma tradição quase mensal no quarteirão das instituições da União Europeia, em Bruxelas: centenas de tratores nas ruas e agricultores a recorrer, por vezes, a ações violentas.

Esta demonstração serviu para atrair a atenção dos ministros da Agricultura, que se reuniram, esta semana, para discutir novas medidas para responder às queixas dos agricultores sobre a perda de rendimentos.

Embora os agricultores já tenham obtido concessões, tais como a flexibilização de algumas regras administrativas e ambientais, querem mais ajuda financeira e são contra a Lei de Restauração da Natureza.

Os desafios do Acordo Verde

Esta legislação é uma parte importante do Pacto Ecológico Europeu e visa restaurar pelo menos 20% das áreas terrestres e marítimas degradadas da União Europeia, até 2030. O tema esteve na agenda dos ministros do Ambiente, na segunda-feira, mas a votação foi adiada e não há nova data neste momento.

Para discutir como sair deste impasse, pedimos uma análise a Faustine Bas-Defossez, diretora do departamento de Natureza, Saúde e Ambiente do Gabinete Europeu do Ambiente.

“A UE é o continente que aquece mais rapidamente e os riscos climáticos ameaçam a sua energia, a segurança alimentar e os ecossistemas. É importante sublinhar que houve um acordo sobre a mesa, que houve meses de negociações entre o Conselho e o Parlamento europeus”, explicou.

"O que aconteceu, infelizmente, foi que, no último minuto, a Hungria decidiu mudar a sua posição e, portanto, já não havia maioria para o acordo. É importante dizer que a legislação não está morta, e que noa próximos semanas esperamos que a maioria seja encontrada", acrescentou o analista.

Controlar os gigantes digitais

O programa destaca, ainda, uma importante decisão da Comissão Europeia, esta semana, relativamente aos direitos dos consumidores na relação com as grandes empresas tecnológicas.

O executivo anunciou a abertura das primeiras investigações no âmbito da Lei dos Mercados Digitais, visando a Apple, a Google e a Meta.

Encerramos o programam com uma notícia agridoce para a Páscoa, um dos feriados em que dispara o consumo de chocolate: alguns produtos aumentaram mais de 50% em relação ao ano passado.

Os preços dispararam porque as alterações climáticas afetaram as culturas de cacau na África Ocidental, onde são produzidos cerca de três quartos dos grãos de cacau do mundo.

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