PP diz que Sánchez, em vez de se remeter ao silêncio, devia explicar os contornos da situação que levou o tribunal a abrir uma investigação contra a sua mulher por alegados crimes de tráfico de influências e corrupção em negócios. Líder dos populares acusa o chefe do governo de abandonar as funções.
Depois de o chefe do governo espanhol ter cancelado a agenda pública por alguns dias, após o tribunal ter aberto uma investigação contra a sua mulher por alegada prática de crimes de tráfico de influências e corrupção, a oposição aperta o cerco a Pedro Sánchez.
Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP), principal força da oposição, sublinha que Sánchez "tem um problema judicial".
"[Sánchez] tenta vitimizar-se alegando um conluio da oposição e dos meios de comunicação social", afirma Feijóo.
"Em segundo, diz que tem um problema político quando isto é um problema judicial. Em terceiro, tenta polarizar ainda mais a vida política espanhola e mobilizar ainda mais o seu partido antes das eleições catalãs e europeias", acrescentou.
Feijóo fala em algo "sem precedentes" e acusa o primeiro-ministro de "abandono de funções".
"Nunca vi algo assim na minha vida", atira.
A secretária-geral do PP exige explicações a Pedro Sánchez.
“Acreditamos que, em vez de desaparecer durante cinco dias, o presidente deve aparecer urgentemente para dar uma explicação fundamentada sobre os escândalos que envolvem o seu partido, o seu governo e a sua mulher.”, afirma Concepción Gamarra Ruiz-Clavijo.
Moção de confiança?
Pedro Sánchez está em reflexão e anunciou uma comunicação pública na próxima segunda-feira.
Uma das opções em cima da mesa é a apresentação de uma moção de confiança no Parlamento, para ter o apoio do plenário de modo a continuar à frente do governo.
Sánchez poderá igualmente demitir-se e propor outro candidato socialista, mas isso implicaria a abertura de consultas com o Rei de Espanha e o novo candidato teria de se submeter a uma votação de investidura no Congresso dos Deputados.
O presidente do executivo espanhol pode ainda optar por manter-se no cargo até 29 de maio, altura em que, por lei, poderia convocar novas eleições gerais, que se realizariam, previsivelmente, em julho.