Os presentes denunciaram o "puro horror" da situação atual na Faixa de Gaza, recordando as mais de 50 mil crianças que, segundo dados da UNICEF, já morreram ou ficaram feridas na sequência do conflito.
Centenas de pessoas reuniram-se no Largo do Chiado, em Lisboa, ao final da tarde de terça-feira, numa ação de protesto contra a guerra na Faixa de Gaza e, mais concretamente, a ação militar israelita no enclave.
Partiram da praça emblemática da capital portuguesa em direção à Assembleia da República, numa iniciativa a favor do "reconhecimento do Estado da Palestina", por parte do Governo, e de crítica face ao que os organizadores consideram ser o "genocídio" que tem visado os palestinianos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia e à "impunidade de Israel".
Apelaram ainda a que seja alcançado um cessar-fogo que possibilite um eventual acordo de paz entre Israel e o Hamas, que desde o ataque terrorista conduzido pelo grupo militante, a 7 de outubro de 2023, têm dado poucas tréguas aos combates mortíferos no terreno.
Em declarações aos jornalistas no local, os manifestantes descreveram o "puro horror" da situação atual na Faixa de Gaza, recordando as mais de 50 mil crianças que, segundo dados da UNICEF, já morreram ou ficaram feridas na sequência do conflito.
No protesto, o jornalista e poeta Fernando Fitas afirmou, assim, que "o Governo português tem a obrigação moral de reconhecer a Palestina e não manter esta posição hipócrita de ser conivente com um genocídio". Elogiou também aquela que tem sido, descreveu, a "atitude muito mais corajosa" das autoridades espanholas.
A iniciativa foi promovida pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), pelo Projeto Ruído - Associação Juvenil e pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
O evento contou também com a presença de várias figuras partidárias, como Jorge Pinto, deputado do Livre, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, e Mariana Mortágua, coordenadora e deputada única do Bloco de Esquerda.
De acordo com cálculos do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 55 mil palestinianos - civis e combatentes - já perderam a vida desde o início das investidas militares israelitas no enclave. Mulheres e crianças representam mais de metade dos mortos, segundo a mesma fonte.
Atualmente, existem ainda 53 reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas, em Gaza, dos quais se acredita que pelo menos 20 estejam vivos.