A economia circular passa pelo design e pode gerar 6 milhões de empregos

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O design e a conceção de produtos e serviços são fundamentais para implementar uma economia circular.

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De acordo com o Fórum Económico Mundial, a economia circular representará, até 2030, uma oportunidade económica de 4,5 triliões de dólares.

O termo "economia circular" foi usado pela primeira vez pelo economista americano Allan Kneese, em 1988.  Desde então, tornou-se numa das ideias mais faladas no mundo empresarial. A circularidade está associada à eficiência. A Accenture prevê que os fabricantes de automóveis que optarem por uma abordagem circular poderão ter um aumento dos lucros de 150%.

Economia circular pode gerar 6 milhões de empregos

A Organização Internacional do Trabalho estima que a transição para uma economia circular pode criar seis milhões de empregos em todo o mundo, numa altura em que as empresas enfrentam a necessidade de substituir as formas tradicionais de ganhar dinheiro "extrair, fabricar, usar e eliminar".

A economia circular no setor automóvel

A indústria automóvel produz enormes quantidades de resíduos, de produtos químicos e metais tóxicos que vão parar aos aterros. Todos os anos, cerca de 11 milhões de carros chegam ao fim do seu ciclo de vida na Europa. Na realidade, 85% dos materiais usados para fabricar um carro podem ser reciclados. 

A Renault lançou o projeto Refactory, anunciado como a primeira fábrica do setor da mobilidade baseada na economia circular. A empresa francesa espera atingir um volume de negócios de 200 milhões de euros, até 2025. A fábrica situada nos arredores de Paris inclui uma oficina capaz de renovar 150 automóveis antigos por dia. Da mecânica, à pintura, em menos de uma semana, os carros ficam como novos e são fotografados para serem vendidos. O projeto integra um edifício onde trabalham 200 pessoas capazes de refazer mais de 1 600 peças de carro.

"Produzimos motores e caixas de velocidade com os mesmos requisitos de qualidade que os componentes novos, a partir de materiais renovados de motores antigos. Isso permite-nos, graças à redução de custos na cadeia de valor, fornecer aos nossos clientes uma alternativa 30% mais barata em relação a um carro novo", explicou François Evrard, chefe de projeto da Renault.

A empresa acaba de lançar um núcleo empresarial associado à marca e dedicado à economia circular.

"A ideia é que a Renault e as várias startups possam partilhar tudo. A Renault contribui com os seus conhecimentos na área da economia industrial e circular, e as startups oferecem agilidade e formas de inovar", detalhou Natalie Rey, responsável do grupo Renault.

A importância do design na economia circular

Um dos modelos de circularidade que garante eficiência é trabalhar ao nível do design e conceção dos produtos. A Fundação Ellen MacArthur, sediada em Londres, dedica-se à promoção e desenvolvimento da economia circular. 

"Tudo à nossa volta é desenhado e concebido: dos alimentos, às roupas, dos edifícios onde vivemos e trabalhamos, aos sistemas que fornecem alimentos, energia, mobilidade ou medicina. E quando concebemos um produto, mesmo que não o saibamos, estamos a tomar decisões sobre o funcionamento desse produtos. Não se trata apenas de tratar os sintomas de uma economia e de um sistema à beira da rutura, mas de conceber intencionalmente, produtos, serviços e sistemas circulares, regenerativos. Penso que a primeira pergunta que deve ser colocada é: será que esta criação, este serviço se enquadra numa economia circular?", frisou Joe Iles, responsável do programa de Design da Fundação Ellen MaxArthur.

A responsabilidade das multinacionais do ramo alimentar

Como é que as empresas podem garantir que os seus negócios colossais em termos de escala não prejudicam o planeta? Uma das marcas mais conhecidas, a nível mundial, a Nestlé, adotou um plano de sustentabilidade. A maior empresa de alimentos e bebidas do mundo tem mais 250 mil empregados, centenas de fábricas e vende produtos em 186 países.

"A nossa visão é garantir que as nossas embalagens deixem de ser lixo e ir parar a aterros. Queremos reduzir o nosso uso de plástico virgem, e estamos no bom caminho para uma redução de um terço até 2025. Temos hoje alguns bons exemplos na União Europeia, onde há uma tentativa de harmonização que começa com a rotulagem, os contentores e a definição de objetivos comuns. Esses exemplos de legislação dão-nos esperança de podermos simplificar a participação dos consumidores e o cumprimento dos objetivos pelas empresas, para nos concentrarmos no que é mais importante: garantir que nenhuma embalagem se transforme em lixo ou acabe em aterros", afirmou Jodie Rousell, responsável da multinacional.

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