"Mudam-se as sociedades, muda-se a educação"

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“Mudam-se as sociedades, muda-se a educação”. Este foi o tema do encontro deste ano da WISE – World Innovation Summit for Education, em Doha, no Qatar.

Com o mundo árabe a atravessar um período de revolução, torna-se urgente encontrar novas caminhos para adaptar o ensino aos novos regimes políticos e às novas alterações sociais.

A cimeira permitiu ainda discutir novos desafios e explorar possíveis reformas, como a utilização das novas tecnologias no ensino, que respondam às exigências da juventude árabe, como evidencia a presidente da Fundação do Qatar, Moza Bin Nasse.

“Acredito que é chegado o momento. Não podemos voltar atrás, ao modo tradicional de aprender e educar. Temos de ter a certeza de que que as metodologias e pedagogias que estamos a aplicar vão ao encontro das necessidades e exigências do intelecto dos jovens “.

A Fundação do Qatar sempre defendeu a inovação na educação e é esse, todos os anos, o objetivo da cimeira.

As novas tecnologias e ferramentas, adaptadas ao ensino, podem ser um meio para garantir a igualdade no acesso à educação, no século XXI, mas existe ainda um grande caminho a percorrer.

O antigo ministro da educação da Jordânia, defende que ainda não é a altura de colocar de lado os antigos modelos educacionais.

“Inovar não significa que tenhamos de trazer alguma coisa nova, significa, também que podemos olhar para os velhos modelos de uma nova perspetiva É isso que temos de fazer na região e no mundo árabe. Precisamos redefinir as coisas, redefinir as prioridades e os objetivos

do nosso sistema de ensino”, avisa Taysser Al Naimi.

Os “media” e as redes sociais desempenharam um papel fundamental nas mudanças nos países árabes.

Os jovens foram os primeiros a sair às ruas, manifestando-se contra as circunstâncias sociais e educativos nos seus países. Os protestos tinham como objetivo estabelecer a democracia e os direitos cívicos.

O assunto foi discutido no encontro. Especialistas chegaram à conclusão de que, neste momento, para que a mudança se realize de facto, é necessário implementar nas sociedades a semente da cidadania e da competência cívica.

Mohammed Faour, do Centro Carnegie do Médio Oriente credita que “os alunos devem aprender os seus direitos e deveres. Devem aprender como interpelar um membro do governo, devem aprender como se devem organizar e comunicar de modo eficaz e como participar na sua comunidade cívica”.

A mudança necessita, também, de vontade política. Os novos líderes e as democracias emergentes podem abrir caminho para uma verdadeira reforma.

Numa altura em que o mundo está mergulhado numa crise financeira, alguns países árabes conseguem ter fundos suficientes para financiar a educação. Muitos educadores avisam que muito desse esse dinheiro não está a ser bem implementado.

Para Mohammed Foraj, um dos 30 estudantes que que participou no WISE learner’s voice, é necessário dar aos alunos um incentivo maior.

“Os estudantes, tanto em escolas como nas universidades, são meros recetores, não contribuem. Os alunos têm ideias brilhantes, mas não têm meios para fazer ouvir a sua voz. Precisamos de motivação para colocar essas ideias para fora, “ avisa Foraj.

Os jovens como Mohammed, impulsionadores da “Primavera Árabe”, olham para o futuro da educação nestes países perturbados, com alguma ansiedade.

O futuro da educação é um dos principais tópicos na WISE.

A organização atribui um prémio no valor de meio milhão de dólares a projetos ou ideias que permitam uma melhor educação.

Este ano a WISE anunciou ainda, um prémio suplementar para acções que ajudem a promover a realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Para a Educação o objetivo é garantir que, até 2015, todas as crianças terminem o ciclo completo do ensino básico.

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