A China como credora da Europa?

A China como credora da Europa?
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Pergunta de Nicola, em Londres: “A União Europeia vai, no futuro, virar-se para a China como credora?”

Resposta de Grégory Vanel, economista e politólogo: “A questão que coloca é se, finalmente, os países europeus terão interesse em pedir à China para financiar uma parte das suas dívidas públicas. Esta questão é pertinente, pelo menos por três razões.

Primeiro que tudo, a nível privado, assistimos há cinco anos a um forte crescimento dos investimentos diretos da China na Europa. Por exemplo, o porto de Pireu, em Atenas, foi comprado por investidores chineses. Mais recentemente, empresas chinesas investiram no Clube Med e na Eutelsat.

Em segundo lugar, os investimentos chineses permitiriam que alguns países da Europa baixassem os juros a longo prazo.

E, terceiro, a China dispõe dos meios para comprar uma boa parte da dívida dos países europeus, já que dispõe de grandes reservas de moeda, de mais de três biliões de dólares, o que representa mais ou menos o PIB da Alemanha.

Por isso, de um ponto de vista técnico, nada impede esta solução, que poderá ajudar os países europeus.

No entanto, a longo prazo, os países europeus não têm, forçosamente, interesse em que a China compre as suas dívidas. Primeiro, porque comprará principalmente a dívida dos países com melhores notações, como a Alemanha, a França e o Reino Unido, e não ajudará necessariamente países como a Grécia ou Portugal.

Mas, sobretudo, porque isso implica uma grande perda de soberania, porque existem pelo menos três assuntos problemáticos nas relações entre europeus e chineses.

O primeiro é a taxa de câmbio do yuan, manifestamente desvalorizado para vários países europeus.

O segundo é o aumento da influência da China no continente africano. A intervenção francesa no Mali foi claramente orientada para parar o aumento de influência da China.

E o terceiro problema é o protecionismo e determinados subsídios, ou mesmo técnicas de “dumping” praticadas pela China em detrimento das indústrias na Europa, como por exemplo o setor fotovoltaico.”

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