Irão tem novo presidente

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O Irão elegeu um novo presidente com um nome praticamente é desconhecido no Ocidente .

É o Guia Supremo que decide quem pode ou não entrar na corrida presidencial, de modo a manter a influência e as políticas nacionais.

“ O próximo governo pretende fazer uso de experiências passadas de todos os governos, e se Deus quiser, aligeirar os problemas que as pessoas enfrentam.”

Hassan Rohani um ‘moderado’ que defende a normalização das relações com os países ocidentais quer tranquilizar o mundo e mostrar uma marca, uma rutura com o conservador Mahmoud Ahmadinejad, o presidente cessante, que liderou o país durante oito anos.

Rohani recebeu 50,68% dos votos, com uma participação de mais de 72% do eleitorado.

Hassan Rohani é considerado um homem de grande moderação de discurso e conhecida no Ocidente por ser responsável pelas negociações sobre o programa nuclear iraniano, sob a presidência do reformista Mohammad Khatami (1997-2005).

Defensor da Sharia participou ativamente na revolução de 1979, viajando pelo país para sublevar as massas contra o Xá.

Depois da revolução, foi eleito para a Assembleia Consultiva Islâmica, e serviu por seis anos como secretário do Conselho de Segurança Nacional.

Nos termos da Constituição, o líder supremo, o Aiatolah Ali Khamenei, é quem toma as decisões, como explica o convidado da euronews, Hossein Mousavian.

Nima Ghadakpour – O senhor embaixador trabalhou durante muitos anos com Rohani. Acha que, como presidente, ele será capaz de confirmar a esperança que suscitou nos apoiantes?

Mr Hossein Mousavian – Tenho a certeza de que, como segunda pessoa mais importante do país, conforme a Constituição, ele vai conseguir.
Baseio-me nas políticas que anunciou durante a campanha presidencial e, pela minha própria experiência, depois de 30 anos a trabalhar com ele, acho que vai conseguir resolver grande parte dos problemas internos e internacionais com que o Irão se depara.

euronews – No âmbito da política externa, Barak Obama mostrou-se optimista em relação à escolha de Rohani; pensa que o novo presidente será capaz de normalizar as relações com Estados Unidos?

Mr Hossein Mousavian – Rohani não pode resolver o problema sozinho. Pelo menos 50% da responsabilidade recai nos Estados Unidos e eu, pessoalmente, acho que a percentagem vai mesmo além. No Irão, a lei constitucional estipula que é o Guia Supremo que toma a decisão final, e há uns meses mostrou claramente as suas intenções.
Afirmou não estar optimista, mas que se o governo quiser iniciar as negociações com os Estados Unidos não é ele quem o vai impedir.

euronews – Será que o Guia Supremo, com esta eleição, está a enviar uma mensagem à comunidade internacional?

Mr Hossein Mousavian – A política do Guia Supremo face aos Estados Unidos não mudou desde a presidência de Rafsandjani, de Katami e mesmo de Ahmadinejad. A política do Guia baseia-se, para começar, no respeito mútuo, e também contra as injerências nos assuntos internos. Assim, o Guia está pronto para negociar. E essa é sua política desde que chegou ao poder.

euronews – A propósito da Síria, Rohani disse, em conferência de imprensa, que o único meio para resolver a crise síria é ter em conta a vontade do povo. Até Jack Straw, antigo chefe da diplomacia britânica, diz que a eleição de Rohani é como um sopro de esperança para a região. Está de acordo?

Hossein Mousavian – A chave da crise síria, como diz Rohani é a vontade do povo sírio. Esse pode ser um princípio prioritário para a comunidade internacional e as potências regionais resolverem o problema sírio.

euronews – Mas como fazer com que a vontade do povo triunfe na Síria?

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Hossein Mousavian – Para que a vontade popular seja tida em conta, como disse Rohani, há que organizar uma conferência internacional em que participem os 5 + 1 do Conselho de Segurança da ONU e as potências regionais e que se organizem eleições livres sob supervisão das Nações Unidas para que seja o povo sírio que decida o futuro do seu país. Essa é a forma mais pragmática de resolver a crise síria.

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