Líbia: Um governo de União nacional ainda sem consenso

As Nações Unidas anunciaram, esta noite, a formação de um governo líbio de união nacional, quatro anos após a queda de Mohamar Kadaffi.
Mas o executivo com um presidente e três vice-primeiros-ministros está longe de conseguir pôr fim à divisão que dura há mais de um ano, entre os dois executivos rivais, sediados em Tripoli e em Tobruk.
Segundo o enviado da ONU para a Líbia, Bernardino Leon,
“Não foi uma tarefa fácil. As opções não eram infinitas e a perfeição talvez não fosse uma possibilidade, mas penso que estamos perante uma lista razoável de nomes de políticos e personalidades que, tenho a certeza, vão fazer o máximo para tirar o país desta crise”.
Um entendimento que está, no entanto, longe de ser ratificado pelos membros do Congresso Nacional, o executivo baseado em Tripoli e que até agora não era reconhecido pela comunidade internacional.
Para um dos três vice-primeiros-ministros propostos pela ONU, Mussa al-Kouni:
“É agora que vai começar o verdadeiro trabalho. Cabe agora aos líbios, representados pelos dois parlamentos, decidir se aprovam ou não este governo, sem esse passo não podemos começar a trabalhar”.
O acordo é considerado decisivo para pôr termo à instabilidade no país, dividido desde há um ano, quando o grupo armado Aurora Líbia tomou Tripoli, instalando na capital o seu parlamento e o seu executivo.
O parlamento “rebelde” deverá aprovar o acordo nos próximos dias quando várias questões subsistem, nomeadamente sobre a formação de um exército do país que possa pôr fim às divisões entre os vários grupos armados que operam no território.