O Ministério Público pediu, esta terça-feira, a absolvição de Marine Le Pen da acusação de incitamento ao ódio por ter comparado as orações de rua muçulmanas à ocupação de França pelo regime nazi.
O Ministério Público pediu, esta terça-feira, a absolvição de Marine Le Pen da acusação de incitamento ao ódio por ter comparado as orações de rua muçulmanas à ocupação de França pelo regime nazi.
A líder da extrema-direita gaulesa fez a comparação, em 2010, numa reunião pública com militantes da Frente Nacional na cidade de Lyon, onde o caso está a ser julgado.
Le Pen insiste que “as orações de rua são ilegais. São uma forma de açambarcar um território para lhe impor uma lei religiosa que é contrária à lei da República, que é contraria à laicidade”.
O procurador do caso considerou que a comparação feita por Le Pen não se dirigia a “toda a comunidade muçulmana” e que as palavras se integram no direito à liberdade de expressão.
Sabrina Goldman, advogada da Liga Internacional contra o Racismo e o Antissemitismo (LICRA), discorda: “Quando Marine Le Pen compara as orações na rua à ocupação nazi está a fazer um apelo ao ódio. A forma como a Frente Nacional opera abre a porta a represálias e isso reflete-se sobre toda a comunidade muçulmana”.
Segundo o jornalista da euronews que segue o processo, Olivier Péguy, “Marine Le Pen fez uma aparição, breve, mas suficiente para exprimir o seu ponto de vista e, acima de tudo, ocupar o espaço mediático a seis semanas de umas eleições regionais para as quais parte com sondagens que lhe são bastante favoráveis”.