Sem surpresa, os aliados políticos de Vladimir Putin asseguraram a vitória nas eleições parlamentares, que alguma imprensa russa descreve como “entediantes”.
Sem surpresa, os aliados políticos de Vladimir Putin asseguraram a vitória nas eleições parlamentares, que alguma imprensa russa descreve como “entediantes”.
O partido Rússia Unida, actualmente no poder e fundado por Putin, preenche 343 lugares dos 450 existentes na câmara baixa do Parlamento, segundo a Comissão Central Eleitoral.
Isto permite ao Rússia Unida uma alteração constitucional, dada a obtenção de mais de 75% dos votos e abre caminho a um quarto mandato de Putin daqui a 18 meses, caso se candidate de novo à Presidência russa.
Nas ruas moscovitas, as opiniões dividem-se: “Votei no partido do nosso presidente, porque acredito que o futuro pertence à Rússia Unida. Não estamos a mudar o que somos, avançamos na mesma direcção”, diz Marina, uma transeunte.
Aleksander, mais velho, faz parte dos mais de 50% de russos que não apareceram nas urnas de voto:“Votei apenas uma vez na minha vida quando tinha 18 anos e não quero votar mais nestas pessoas burguesas. Porque não acredito neles. São fraudes.”
Um outro moscovita aponta a falta de alternativas: “Francamente, estou um pouco desapontado. Tudo é mais uma vez como era antes. Infelizmente a nossa oposição liberal desacreditou-se um pouco e não houve nenhuma mensagem clara. E assim, mesmo não apoiando o partido no poder, também não há nada a oferecer no campo liberal.”
Os partidos liberais de oposição não asseguraram um único lugar parlamentar e os 3 partidos que ficaram muito atrás do Rússia Unida, tendem a votar concertadamente com este partido em questões de fundo.
Como nos diz Galina Polonskaya, jornalista russa da euronews, a pouca afluência às urnas de voto nestas eleições parlamentares foi um record. Os não votantes foram maioritariamente os residentes nas grandes cidades russas- São Petersburgo e a capital, Moscovo.