Canadá "desiludido" com impasse no acordo comercial com UE devido à Valónia

Canadá "desiludido" com impasse no acordo comercial com UE devido à Valónia
De  Isabel Marques da Silva com Lusa e Reuters
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A Comissão Europeia ainda não desistiu do acordo comercial entre a União Europeia e o Canadá, apesar do falhanço das negociações, esta sexta-feira, entre o executivo comunitário, o governo da região b

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A Comissão Europeia ainda não desistiu do acordo comercial entre a União Europeia e o Canadá, apesar do falhanço das negociações, esta sexta-feira, entre o executivo comunitário, o governo da região belga da Valónia e a ministra do Comércio do Canadá.

No final dessa reunião, no sul da Bélgica, Chrystia Freeland disse que “parece óbvio, tanto para mim como para o Canadá, que a União Europeia não é capaz agora de fazer um acordo internacional, mesmo com um país que tem valores tão europeus como o Canadá. O Canadá está muito desiludido e eu, pessoalmente, também estou muito desiludida”.

Paul Magnette, líder socialista do governo desta região francófona com quatro milhões de pessoas, explicou que“neste momento, para nós, o documento ainda não é suficiente”.

“Disse o mais claramente possível, e venho repetindo há mais de um ano, que temos uma séria dificuldade com o mecanismo de arbitragem que poderia ser usado por empresas multinacionais com sede no Canadá, mas que não são genuinamente empresas canadianas, e é neste ponto que consideramos que o progresso não é suficiente”, acrescentou.

O governo federal da Bélgica é favorável ao tratado mas os seus governos regionais têm poder para vetar estes acordos.

Sem a Bélgica, os outros 27 países da União, que falaram do tema na cimeira em Bruxelas, não podem assinar o acordo, a 27 de outubro.

O primeiro-ministro português expressou, no final da cimeira, o desejo de que o acordo possa ser assinado rapidamente, assim que forem ultrapassadas as dificuldades surgidas na Bélgica.

“O desejo que temos é de que as ‘démarches’ que estão em curso tendo em vista ultrapassar os obstáculos colocados à ratificação desse tratado possam ser ultrapassadas”, disse António Costa.

Costa salientou que, uma vez ultrapassadas as dificuldades que tinham sido levantadas pela Roménia e pela Bulgária (que exigiram isenção de vistos para os seus cidadãos que viajam para o Canadá), só permanece uma reserva por parte da região francófona Valónia.

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