Advogado-geral do Tribunal de Justiça da UE dá parecer negativo a queixas de Budapeste e Bratislava

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De  Antonio Oliveira E Silva
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Yves Bot, um dos três advogados-gerais do TJUE, rejeitou argumentos e deu um parecer obrigatório sobre o acolhimento.

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Com Isabel Marques da Silva, em Bruxelas

Um dos três advogados-gerais do Tribunal Justiça da União Europeia rejeitou a queixa apresentada pela Eslováquia e pela Hungria contra a obrigatoriedade de aceitar refugiados, enquanto Estados membros da União Europeia.

O parecer foi um balde de água fria para Bratislava e Budapeste, mas também para Varsóvia e Praga, cujas políticas em relação à chamada crise dos migrantes e refugiados deu origem a fortes críticas no seio da UE.

Eslovacos e húngaros desejavam que o Tribunal anulasse o plano estabelecido por Bruxelas há dois anos, que prevê que cada país membro receba um determinado número de migrantes, com o objetivo de aliviar a pressão sobre países do Mediterrâneo, como a Grécia e a Itália.

Para Yves Bot, advogado-geral do TJUE, o sistema de quotas não infrige a lei:

“A decisão contestada ajuda, de forma automática, a aliviar a pressão considerável de que sofrem os sistemas de asilo italiano e grego, depois do início da crise de migração do versão de 2015 (…) e é apropriada para para que sejam atingidos os objetivos,” disse Yves Bot.

O Tribunal de Justiça da União Europeia deverá apresentar a decisão em breve. Apesar de não estar obrigado a fazê-lo, o TJUE tem como hábito seguir o parecer dos advogados-gerais.

Crise dos migrantes e refugiados e a divisão na União

Os governos da Polónia e Hungria recusam-se a aceitar migrantes com o objetivo de pedir o asilo nos seus territórios.

Uma decisão acompanhada pelos Executivos checo e eslovaco, que falam em questões de segurança interna e relembram os ataques levados a cabo por militantes islamistas em território europeu nos últimos anos.

Postura que, para Bruxelas, demonstra falta de solidariedade para com países como a Alemanha, que já acolheu um grande número de refugiados, mas também para com a Itália e a Grécia que, por questões geográficas, se encontram na linha da frente da crise humanitária mais grave que enfrenta e Europa nos últimos anos.

Budapeste fala num “plano de Soros”

Pál Völner, Secretário de Estado da Justiça húngaro, reagiu ao parecer do advogado-geral do TJUE, argumentando que tudo não passou de uma decisão política:

“É, basicamente, mais uma voz na linha do projeto de Soros. Isto, depois da Comissão Europeia e do Concelho Europeu. A posição do tribunal de uma orientação política, cujo objetivo é esconder a falta de argumentos legais.

Bruxelas disse, esta quarta-feira, que cerca de 25 mil pessoas tinham sido recebidas por Estados membros, depois de deixarem a Grécia.

O plano, no entanto, prevê que sejam relocalizadas cerca 160 mil.

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