Primeiro-ministro Saad al-Hariri apresenta demissão

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De  Antonio Oliveira E Silva
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Saad al-Hariri diz temer pela própria segurança e culpou o Irão e o Hezbollah pela "tensão que se vive no Líbano"

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O primeiro-ministro libanês, Saad al-Hariri, apresentou a demissão, num discurso transmitido em direto a partir de Riade, na Arábia Saudita.

Segundo al-Hariri, o clima de instabilidade que se vive atualmente no país dos cedros é “semelhante ao sentido pouco antes do assassinato do seu pai”, o então primeiro-ministro Rafik al-Hariri, morto em 2005, vítima de um carro armadilhado.

Para al-Hariri, o Irão e o seu aliado no Líbano, o Hezbollah, são culpados da “tensão que se vive no Líbano”, assim como em “vários países do mundo árabe.”

Durante o seu discurso, o primeiro-ministro libanês teceu duras críticas ao Irão, colocando o Líbano na linha da frente das tensões entre Riade e Teerão, em busca de uma hegemonia sobre o Médio Oriente.

Al-Hariri acusou ainda os xiitas do Hezbollah de fornecerem armas ao Iémen, à Síria e a milícias no Líbano.

Os laços entre a família al-Hariri e Riade são conhecidos no Médio Oriente. Um ministro saudita disse aos jornalistas que o primeiro-ministro libanês se encontrava em território nacional “pela sua segurança”.

Pai do primeiro-ministro assassinado em 2005

O então primeiro-ministro, Raif al-Hariri, foi morto em 2005, vítima de um carro armadilhado. Um ataque que fez com que o filho, Saad, decidisse entrar no complexo mundo da política libanesa.

Cinco membros do Hezbollah foram acusados por um tribunal das Nações Unidas de responsabilidade pelo atentado, embora o movimento tenha negado qualquer envolvimento no ataque.

Desde que assumiu o cargo, al-Hariri procurou o apoio da Comunidade Internacional para lidar com a crise dos refugiados. Encontram-se, em território libanês, cerca de 1,5 milhões de refugiados.

O fim de uma coligação libanesa

A notícia traduz-se no fim da coligação Governamental no poder em Beirute, tendo apanhado de surpresa o parlamento libanês e dando origem a uma nova crise política no país. A coligação compreendia todos os grandes partidos políticos libaneses, incluindo o Hezbollah, o que foi visto, na altura, como uma vitória pelo Irão.

O colapso do Governo liderado por Saad al-Hariri faz com que seja mais difícil a preparação das próximas eleições legislativas, as primeiras a ter lugar no Líbano desde 2009.

Com Reuters

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