Antigo monarca era visto como adversário da classe política que muitos culpam pela pobreza e corrupção.
Dezenas de milhares de romenos saíram às ruas de Bucareste para se despedir de Miguel, o último rei do país.
Era uma dos últimas personalidades vivas a ser chefe de Estado durante a II Guerra Mundial - guerra durante a qual mudou de lado - se inicialmente apoiou a Alemanha nazi, passou depois a apoiar os Aliados. Depois da ocupação pelo exército soviético e da instauração do regime comunista, partiu para o exílio.
Ao funeral assistiram cabeças coroadas e candidatos ao trono de vários países, desde o príncipe Carlos de Inglaterra aos Reis da Suécia e aos monarcas eméritos de Espanha, Juan Carlos e Sofia. Portugal esteve representado pelos Duques de Bragança, D. Duarte e D. Isabel.
Mesmo se há poucos defensores da restauração da Monarquia na Roménia, o rei Miguel era muito respeitado pela população. Visto como um símbolo da resistência contra o regime de Ceausescu, nos últimos anos foi também visto como um opositor à classe política que muitos romenos culpam pela corrupção e pela pobreza. Miguel foi Rei por duas vezes: A primeira ainda em criança, antes de o pai, Carlos II, regressar do exílio e a segunda, e a segunda depois da abdicação forçada do pai, em 1940. Carlos II exilou-se em Portugal, onde viria a morrer. Já o rei Miguel coabitou com o regime comunista durante dois anos, mas foi forçado a abdicar e a exilar-se em 1947.