Projeto europeu quer revolucionar a exploração do fundo do mar

Projeto europeu quer revolucionar a exploração do fundo do mar
De  Euronews
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A equipa europeia desenvolveu um método inovador que foi testado recentemente na cidade portuguesa de Sines.

Um grupo de cientistas europeus quer revolucionar a exploração do fundo do mar, com a ajuda da tecnologia sonar. Para isso, desenvolveu um método inovador testado recentemente na cidade portuguesa de Sines.

A plataforma do projeto europeu Wimust integra dois pequenos catamarãs e um conjunto de robôs subaquáticos equipados com hidrofones, dezenas de computadores e centenas de sinais de sonar.

A tecnologia sonar baseia-se nas frequências acústicas e permite determinar a distância pelo som. Era inicialmente usada para detetar submarinos. Hoje, pode ser aplicada em vários domínios científicos.

"O 'tic tic tic' que ouvimos são os pulsos de som elétricos. Há muitos elétrodos na água, espaçados de dez centímetros. Pequenas baterias fornecem alguns quilovolts para produzir a onda sonora. O sinal do sonar desce até ao fundo do mar. A cada mudança de camada geológica há um efeito de reflexão específico e graças aos hidrofones esses sons são gravados. Tudo isso é analisado pelo computador e podemos ver com a ajuda desses reflexos as camadas subterrâneas do fundo do mar", explicou Elbert Kelholt, engenheiro elétrico, que faz parte do projeto europeu Wimust.

Debaixo de água, os robôs interagem e partilham informações de forma coordenada.

"Um dos objetivos do projeto é ter um número tão grande quanto possível de veículos submarinos autónomos debaixo de água. Conseguimos uma solução baseada num relógio atómico. Ou seja, cada robô transporta um pequeno relógio atómico, uma coisa que há uns anos não era possível. É isso que permite fazer a navegação. A outra parte é o controlo. Ou seja, tendo a informação de onde eles estão, como é que eles hão de manobrar de forma coordenada para seguirem em conjunto e para sabermos exatamente em que ponto eles estão durante toda a missão", detalhou Luís Sebastião, investigador da Universidade de Lisboa, que integra o projeto europeu Wimust.

Atualmente, a tecnologia sonar para fins de exploração subaquática exige grandes embarcações e equipamentos dispendiosos. As operações são complexas e levam tempo. Os cientistas que integram o projeto europeu Wimust esperam criar uma alternativa mais simples.

"Estes veículos autónomos podem assumir uma forma aleatória dependendo das necessidades com que se deparam debaixo de água. O sistema de recolha de dados funciona como uma antena. A flexibilidade da rede de robôs é uma vantagem porque permite otimizar os mecanismos que permitem receber os sinais", explicou o investigador italiano Giovanni Indiveri, coordenador do projeto Wimust.

A tecnologia pode ser utilizada em vários setores.

"Podemos usá-la na construção para instalar equipamentos. Numa escala maior, pode ser usada para a exploração de minérios, petróleo ou gás", afirmou Laurent Dollon, gestor em inovação marinha.

Outras aplicações possíveis: missões de socorro, monitorização ambiental, deteção de fugas de combustível e exploração arqueológica.

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