Rumo da política italiana lança alarme em Bruxelas e nos mercados financeiros.
"A Itália está a brincar com o fogo" - é a afirmação do líder do Partido Popular Europeu. Para Manfred Weber, esta é a conclusão tendo em conta as políticas propostas por um partido antissistema e por um partido de extrema-direita que estão a formar governo num país que está "altamente endividado".
Matteo Salvini, o responsável da Liga, um dos partidos em causa, declarou no Twitter que "a seguir aos franceses, são os alemães que vêm fazer ameaças" e que é melhor "pensarem bem" no que dizem.
Mas quem não está igualmente a reagir muito bem às reviravoltas políticas italianas são os mercados.
"Mesmo que o acordo de coligação venha a ser mais moderado do que se receia atualmente, o facto é que o novo governo italiano pretende claramente fazer um ponto de situação com Bruxelas e Berlim. Vamos voltar ao debate sobre quais são as políticas certas a aplicar na Europa. É a austeridade, do lado alemão, ou mais investimentos, ou mais financiamento de défice... É um debate que vai, sem dúvida, regressar e que ameaça reinstalar a crise na zona euro", salienta Carsten Brzeski, economista-chefe do ING DiBa.
A atentar no resto das declarações de Salvini, as mudanças não vão tardar. Nas suas palavras, "o tempo em que Itália aceitava ordens de Berlim acabou".