Morreu Posada Carriles, antigo agente da CIA e inimigo número um dos Castro

Morreu Posada Carriles, antigo agente da CIA e inimigo número um dos Castro
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De  António Oliveira e Silva com REUTERS
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Considerado como um terrorista pelos detratores, é responsável pelo ataque contra um avião cubano, que deixou mais de 70 vítimas, em 1976.

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Morreu o antigo agente da CIA e militante anti-castrista Luís Posada Carriles, acusado de responsabilidade pelo ataque terrorista contra um aparelho da Cubana de Aviación, há quatro décadas.

De acordo com o seu advogado, Arturo Hernández, Posada Carriles morreu no estado da Florida, numa casa de repouso para veteranos de guerra, um ano e meio depois de Castro.

O advogado disse também que Posada Carriles era um "ícone para toda uma geração de cubanos em Miami" e que "a prioridade da vida dele era levar a liberdade a Cuba."

Tinha sido operado mais do que uma vez por causa de problemas na garganta. Sofrera também um acidente de carro.

Fidel Castro era o grande inimigo de Posada Carriles. Ambos morreram no espaço de um ano e meio.

Carriles tinha 90 anos e era considerado como um herói por parte da comunidade de exilados Cubanos no sul da Flórida, especialmente na região de Miami.

Para Cuba, no entanto, Posada Carriles não passava de um terrorista, acolhido de forma injusta pelos Estados Unidos - onde recebeu asilo político.

Na página oficial do Partido Comunista Cubano no Facebook, pode ler-se que Posada Carriles "morreu sem pagar as dívidas para com as vítimas" do voo da Cubana de Aviación.

"Morreu nos Estados Unidos, o país que o treinou para colocar bombas e acabar com a vida de centenas de cubanos."

Mais de 70 mortos num ataque bombista

A figura de Posada Carriles ficará ligada ao acidente de avião que deixou 73 mortos em 1976, em Cuba.

A proteção dada por Washington a Carriles levou Cuba a dizer que os Estados Unidos tinham "dupla moral" quando se tratava de lutar contra o terrorismo, já que o antigo agente da CIA nunca pagou pelos seus crimes.

Carriles foi treinado pela CIA para a chamada invasão da Baía dos Porcos, em 1961. Chegou a ser preso na Venezuela, depois do ataque bombista contra o avião cubano, mas escapou da prisão nove anos depois.

Governo Bolivariano da Venezuela
Uma brochura do Governo venezuelano que condena o atentado sofrido pelo voo da Cubana de Aviación, em 1976. Na foto, Posada Carriles e Orlando Bosch, considerados responsáveis pelo ataque.Governo Bolivariano da Venezuela

Cuba acusou-o ainda de ser o responsável por um conjunto de ataques com recursos a bombas em Havana, que deixaram um morto (1997) e de ter tentado assassinar Fidel Castro durante uma cimeira presidencial no Panamá (ano 2000).

Em entrevista à agência Reuters, William Leo Grande, da American University, disse que "a morte de Luís Posada Carriles é o capítulo final da longa saga do terrorismo cubano-americano, um terrorismo que atingiu não só cubanos, mas também cubanos-americanos à procura da reconciliação."

"Grupos como Omega 7 o Alpha 66 colocaram mais bombas em Miami do que em Havana," continuou o professor.

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