Políticos europeus explicam "não" à renegociação do Brexit

Políticos europeus explicam "não" à renegociação do Brexit
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De  Ricardo Figueira
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Juncker, Tusk, Barnier e Verhofstadt são unânimes em recusar uma revisão do acordo.

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Ao pedido da primeira-ministra britânica Theresa May para que o acordo de saída da União Europeia fosse renegociado, a resposta de Bruxelas não surpreendeu ninguém e foi um rotundo não. Rejeitado o acordo e depois as propostas de emendas, May não teve outra saída senão pedir para o rever. Para Jean-Claude Juncker e Michel Barnier, não há hipótese.

"O acordo de saída é o melhor e único acordo possível. A União europeia disse isso em novembro e nós dissemo-lo em dezembro. Não vai ser renegociado", disse Juncker, presidente da Comissão Europeia.

Michel Barnier, chefe dos negociadores da UE para o Brexit, acrescenta: "Ninguém, de nenhum dos lados, é capaz de dizer de forma clara e precisa qual a natureza destas mudanças, se seria possível trabalhar com elas e se conseguiriam respeitar os objetivos do **mecanismo de salvaguarda **(backstop)".

Os deputados da Câmara dos Comuns foram também criticados por não conseguirem um acordo sobre o Brexit entre os vários partidos: "Tenho de vos dizer que não consigo compreender por que razão aquilo que começou como uma luta interna no Partido Conservador se tornou um problema existencial para a toda a Grã-Bretanha", disse o liberal belga Guy Verhofstadt, representante do Parlamento Europeu nas negociações.  

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, mandou um recado a May através do Twitter, dizendo que o acordo não vai ser renegociado.

"A União Europeia percebeu o que o Reino Unido não quer, mas ainda não percebeu o que quer", diz Donald Tusk neste tweet.

Theresa May insiste que o voto no parlamento significa que tem de continuar a procurar mudanças, sobretudo quanto à fronteira irlandesa. A primeira-ministra encontrou-se já com o líder da oposição, Jeremy Corbyn: "Ela ouviu e eu ouvi as respostas dela. Falámos de vários assuntos que têm a ver com o mecanismo de salvaguarda sobre o qual vai falar à União Europeia e eu chamei-lhe a atenção para o facto de ser a primeira vez, na história da Grã-Bretanha, que entramos num tratado do qual não é possível sair", comentou Corbyn.

O problema de manter uma fronteira aberta entre as duas Irlandas depois de o Reino Unido deixar a União Europeia tem arrastado as negociações do Brexit ao longo dos últimos dois anos. May insiste que tem várias soluções, se Bruxelas estiver disposta a ouvir.

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