Turquia vai enviar militares para a Líbia

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De  Nara Madeira
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Turquia vai enviar militares para a Líbia após governo de acordo nacional pedir ajuda a Ancara.

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Agrava-se a crise na Líbia. O parlamento da Turquia, com os votos contra da oposição, autorizou o envio de tropas para o país, para treinar os militares líbios e aconselhar o governo de Tripoli, um executivo provisório criado sob o auspício da ONU, e que está a combater as forças leais ao general Khalifa Haftarpor que tentam tomar a capital.

Ancara reage depois de um pedido formal de auxílio, feito pelo primeiro-ministro líbio, Fayez al-Sarraj, e após a assinatura de dois polémicos acordos: um de cooperação militar e outro que tem a ver com as fronteiras marítimas, e que está a pôr os cabelos em pé à Grécia, Egito e Chipre que reivindicam o espaço marítimo em questão. Em causa estão as reservas de gás no Mediterrâneo Oriental.

O governo de acordo nacional líbio é reconhecido por boa parte da comunidade internacional mas controla apenas a capital do país e é ameaçado por tropas apoiadas pela Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos. Nas ruas há quem apoie esta fação:

"Apoiamos o Exército Nacional da Líbia e pedimos um total boicote à Turquia, a Fayez al-Sarraj, aos bandidos e criminosos. E somos vencedores e de vitória em vitória ainda pagamos o preço. Não temos medo de ninguém, não temos medo da Turquia, nem de Bashagha, não temos medo de ninguém. Formámos um exército e uma polícia fortes", diz um manifestante, Muftah Mohamed.

"Eu digo ao povo turco que a política deles deve mudar, e devem tomar uma posição séria porque os seus interesses estão ao lado da Líbia, porque o povo turco e o líbio são povos muçulmanos. A política de Erdogan está errada. É uma política de bombardeamentos, assassinatos e apoio ao grupo Estado Islâmico. Isso o afetará o futuro. Não permitiremos às empresas turcas que façam parte da reconstrução do país se Erdogan não mudar a sua política em relação à Líbia", adianta o ativista Abdelhamid Al-Gatruni.

A União Europeia já expressou "grave preocupação" com o evoluir da situação. O porta-voz do Alto Representante para os Negócios Estrangeiros reafirma, em nome do bloco forte europeu, que se mantém a "firme convicção de que não há solução militar para a crise na Líbia".

A UE pede "total respeito ao embargo de armas da ONU" e diz apoiar os esforços do enviado da ONU para a Líbia.

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