Muitos receiam que sem apoio governamental muitos estabelecimentos terão que encerrar portas
A vida noturna de Madrid enfrenta uma nova realidade.
O governo regional impôs novas restrições sobre os estabelecimentos nocturnos.
O novo limite são dez pessoas por grupo e o encerramento de portas à uma e meia da manhã, algo que espalhou a frustração entre clientes e donos dos estabelecimentos.
Para além da utilização obrigatória de máscaras, os estabelecimentos são totalmente desinfetados todos os dias antes de abrirem as portas. Os donos têm que manter um registo a fim de notificarem as autoridades em caso de contágio.
Mesmo assim, apesar das medidas preventivas, os receios aumentaram após a quarentena.
"As primeiras semanas foram boas, as pessoas pareciam contentes mas é verdade que recentemente notámos o regresso da psicose e as pessoas estão agora receosas de espaços fechados", afirma Laura Moran, coordenadora do Pub Moby Dick em Madrid.
A vida noturna representa cerca de 1,6% do PIB da região madrilena gerando quase 21 mil empregos.
Os prejuízos causados pela pandemia representam uma queda de 30% nos lucros e cerca de 40% dos postos de trabalho encontram-se ameaçados pela crise. As associações profissionais já pediram ajuda ao governo.
"Precisamos de apoio direto porque a alternativa é a falência do sector. Estamos a falar de cerca de 40% dos estabelecimentos que não abrirão devido à crise do Covid-19", adianta Javier Olmedo, diretor da associação "La Noche en Vivo".
Para o próximo fim de semana está prevista uma ação de encerramento de curta duração dos estabelecimentos noturnos como forma de protesto.
O correspondente da euronews em Madrid, Carlos Marlasca adianta:
"Muitos bares e estabelecimentos escolheram permanecerem encerrados devido às restrições e crise sanitária. O setor da vida nocturna receia que a falta de clientes possa levar a dívidas insustentáveis. Só em Madrid estima-se que as rendas em dívida alcancem 60 milhões de euros em alugueres".