Itália procura um novo governo

O futuro do governo italiano está nas mãos do Presidente da República, Sergio Mattarella, que começou esta quarta-feira a primeira ronda de consultas aos partidos na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro. Giuseppe Conte espera ser reconduzido no cargo mas o chefe de Estado impôs condições claras para que isso aconteça: uma maioria estável e um programa sério para ultrapassar a crise.
O apoio parlamentar foi reforçado com a formação de um novo grupo, com uma dezena de deputados europeístas, que deixam Giuseppe Conte à beira da maioria na Assembleia, mas os 161 deputados necessários ainda não foram alcançados.
Ainda assim, os especialistas duvidam que a demissão de Conte dê origem a novas eleições. Roberto d'Alimonte é professor de Ciência Política na Universidade Luiss, em Roma, e refere que "eleições antecipadas, no contexto atual, não são uma opção em cima da mesa. A probabilidade é quase zero. Há demasiado em jogo para os partidos no poder. Demasiado para correrem o risco de ter eleições antecipadas".
A crise foi espoletada pela saída do Italia Viva da coligação governamental e que deixou o executivo sem maioria. Um regresso está descartado, mas Matteo Renzi admite ser parte da solução governativa desde que Conte fique de fora.
Já a coligação de centro-direita anunciou a intenção de se apresentar unida nas consultas de Mattarella. O objetivo é mostrar união e tentar blindar o grupo para evitar mais qualquer saída que possa validar o executivo de Conte no Senado.