Tréguas na guerra Airbus - Boeing

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Direitos de autor Olivier Hoslet/AP
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De  Teresa Bizarro com Lusa
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União Europeia e Estados Unidos suspendem por quatro meses as tarifas impostas no âmbito das divergências sobre ajudas públicas aos gigantes da aeronáutica

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Relações entre União Europeia (UE) e Estados Unidos (EUA) entram numa nova fase. Esta sexta-feira, Bruxelas e Washington decidiram suspender as tarifas impostas na sequência dos processos que opõem a Airbus à BoeingTréguas que foram anunciadas pela presidente da Comissão Europeia e vão durar, para já, quatro meses.

Ursula von der Leyen esteve ao telefone com o presidente dos EUA. Com Joe Bieden encontrou consensos para aquilo que qualificou como "um novo começo" nas relações entre os dois blocos.

Na origem do contencioso estão ajudas públicas à norte-americana Boeing e à europeia Airbus. Divergências que levantaram vários processos por violação das regras de concorrência . Tanto os Estados Unidos como a União Europeia já foram declarados como culpados pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

A guerra comercial entre os dois gigantes da aeronáutica contaminou as relações transatlânticas durante a administração de Donald Trump. A suspensão agora anunciada assinala uma reaproximação.

O movimento não deixa de fora o Reino Unido. Londres já tinha anunciado que Washington tinha ia levantar temporariamente tarifas sobre as exportações britânicas no valor de 550 milhões de libras, em produtos tão diversos como o whisky escocês ou queijo Stilton.

Em novembro de 2020, a UE adotou tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos por ajudas públicas à aviação, avisando que só as retiraria mediante reciprocidade norte-americana.

Tal retaliação surgiu depois de a OMC ter autorizado a UE a avançar com tarifas retaliatórias de quatro mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) contra os Estados Unidos.

Estas tarifas adicionais abrangeram taxas de 15% sobre aeronaves e 25% para bens agrícolas e industriais e foram determinadas na base da reciprocidade face ao adotado pelo bloco norte-americano.

Antes, em outubro de 2019, a OMC decidiu a favor dos Estados Unidos e autorizou Washington a aplicar tarifas adicionais de 7,5 mil milhões de dólares (quase sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da UE à fabricante francesa de aeronaves, a Airbus.

Foi a sanção mais pesada alguma vez imposta por aquela organização.

Entretanto, em dezembro de 2019, os juízes da OMC defenderam que estas tarifas adicionais deviam ser reduzidas em cerca de dois mil milhões de dólares para perto de cinco mil milhões de dólares.

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