Resistência à vacina da AstraZeneca na Sícilia

Resistência à vacina da AstraZeneca na Sícilia
Direitos de autor AP Photo/Peter Dejong
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As desconfianças com a gestão da pandemia pelas autoridades e com a vacina da AstraZeneca estão a dificultar o processo de vacinação na Sícilia.

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Na Sicília, as desconfianças contra a vacina da AstraZeneca e as acusações às autoridades de manipulação dos dados sobre a COVID-19, dificultam o avanço na vacinação.

A iniciativa "Open Weekend AstraZeneca" permite que os mais de 60 a 79 anos sem doenças anteriores recebam a vacina sem reservas.

As autoridades fizeram este fim de semana um "Open Weekend AstraZeneca" que levou ao aumento da média diária de doses administradas. Esta fórmula permite às pessoas com idades entre os 60 e os 79 anos apresentarem-se à vacina sem necessidade de serem convocadas ou fazerem marcações prévias.

Stefania Stefani, professora de Microbiologia na Universidade de Catânia, Presidente da Sociedade Italiana de Microbiologia e membro do Comité Cientifico Regional fala do impacto negativo das notícias que circulam sobre a gestão da pandemia e sobre as vacinas: "Tem tido efeitos negativos principalmente sobre a população. Este é um momento crucial e tenho notado que as pessoas perderam a confiança. A falta de confiança é um enorme problema. É importante assegurar que o maior número possível de pessoas seja vacinado. Porque quanto mais pessoas forem vacinadas, mais empresas poderão reabrir".

Há alguns dias, o governador da região, Nello Musumeci, disse que 80% da população siciliana se recusava a ser vacinada com a Astrazenca. Nas ruas de Palermo, perguntámos aos residentes da Catânia o que pensam sobre a situação:

"Não confio na forma como a pandemia tem sido gerida aqui. E a situação global está a piorar em vez de melhorar. Não confio nas vacinas nem na forma como as autoridades locais têm gerido as restrições", afirma uma jovem.

Questionada sobre a vacina da AstraZeneca, é perentória: "Eu não quero tomar a vacina AstraZeneca. Porque ouvi dizer que morreram pessoas e que outras ficaram doentes, por isso não confio nisso".

Outra residente na Catânia lamenta: "Ouvimos dizer que os dados foram alterados para evitar restrições, porque a crise económica aqui é muito profunda. Por um lado, as pessoas compreendem isso, mas por outro pensam que já não podem confiar nas autoridades, por isso, o que devemos fazer? A situação é esta: dúvidas, dúvidas sobre tudo".

Um homem afirma: "De um ponto de vista cultural, os sicilianos são desconfiados. Não levam em conta o que dizem a autoridades. As as autoridades são uma coisa externa, não fazem parte das suas vidas."

A fim de aumentar a confiança das pessoas na vacina da AstraZeneca, as autoridades sicilianas ofereceram este fim-de-semana a vacina sem a necessidade de reservar com antecedência em vários centros de toda a região.

Assegurar que as pessoas sejam imunizadas é crucial numa das regiões mais pobres de Itália, onde os prejuízos económicos causados pela Covid-19 têm sido maiores do que noutras áreas. Segundo o Eurostat, a Sicília e a Campânia são as regiões da UE com a maior percentagem da população em risco de pobreza.

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