Tragédia da Covid-19 tem mais um recorde diário na Índia

Uma "doente covid" recebe oxigénio no interior de um carro, em nova Deli, Índia
Uma "doente covid" recebe oxigénio no interior de um carro, em nova Deli, Índia Direitos de autor AP Photo/Altaf Qadri
Direitos de autor AP Photo/Altaf Qadri
De  Francisco Marques com AP
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Índia agrava título de segundo país do mundo mais afetado pela pandemia com um novo recorde global diário de infeções no quadro do #SARSCoV2

PUBLICIDADE

A Índia continua em queda livre na tragédia da Covid-19 e, este sábado, agravou o título de segundo país mais afetado pela pandemia ao bater um novo recorde diário de infeções, com 401.993 diagnosticadas em 24 horas.

Apontada como o maior produtor de vacinas de mundo e mesmo tendo lançado este sábado em diversas regiões a vacinação a maiores de 18 anos, a Índia não têm contudo doses suficientes para consumo interno que lhe permita travar a acelerada progressão do vírus, agora inflamado por uma variante surgida no país, a B.1.617, que está também a preocupar outros países.

É o caso dos Estados Unidos, onde o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças aconselhou o Presidente Joe Biden a suspender temporariamente as viagens oriundas da Índia.

A recomendação foi seguida e a Casa Branca decidiu suspender as viagens da Índia a partir de terça-feira.

Na Austrália, entretanto, foi preparada nova legislação para tentar travar inclusive os cidadãos nacionais de regressar ao país mesmo com um teste negativo, se tiverem estado nos 14 dias anteriores na Índia.

Se forçarem esse regresso e forem apanhados, a partir de segunda-feira esses australianos incorrem numa pena até cinco anos de prisão e em multas de mais de 40 mil euros.

Ajuda internacional

Ao mesmo tempo que na Casa Branca era tomada a decisão de suspender as viagens, outro avião americano com ajuda médica era preparado para ser enviado para a Índia.

A vice-presidente dos Estados Unidos diz que a Casa Branca tem a "responsabilidade de ajudar os países com quem tem colaborado quando as pessoas mais necessitam".

"Em relação ao povo da Índia, temos uma relação de décadas com o país, com o povo indiano e em particular nas questões de saúde pública. Vamos enviar um avião com abastecimentos, que incluem oxigénio, e esperamos providenciar algum alívio”, afirmou Kamala Harris.

Os Estados Unidos são apenas um dos mais de 40 países que estão a ajudar a Índia neste momento trágico.

Portugal está incluído num esforço de ajuda coordenado pela União Europeia de envio de medicamentos e oxigénio, que é atualmente a maior carência nas unidades de saúde indianas.

Aliás, o oxigénio está a tornar-se num bem precioso no mercado negro indiano. Há longas filas de civis à espera de encher botijas de oxigénio enquanto muitos dos doentes, alguns assistidos dentro de viaturas particulares, acabam por não resistir.

Este sábado, foram registadas mais 3.523 mortes, elevando o total no quadro da Covid-19 para mais de 211 mil fatalidades, nos números oficiais, que muitos admitem estar aquém dos números reais de vítimas na Índia, incluindo nos infetados, que só em março e abril terão ascendido a mais de 7 milhões.

Além da doença do século e das comorbidades que têm vindo a ceifar vidas devido à ação do SARS-CoV-2, o balanço de vítimas voltou também a ser agravado com mais um incêndio num hospital dedicado à Covid-19.

Aconteceu em Bharuch, na província de Gujarat, na costa oeste da Índia. O fogo atingiu inclusive a unidade de cuidados intensivos. Pelo menos 18 pessoas morreram. Algumas seriam "doentes covid".

Outras fontes • ANI, Times of India

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Índia bate recorde de mortes diárias e não deve ficar por aqui

Vacinação anticovid continua a privilegiar os mais ricos

EUA: estudantes universitários são presos por protestos pró-palestinos