No Dia Mundial do Leão, os responsáveis pela conservação da espécie no Quénia alertam para as ameaças que têm vindo a diminuir as populações animais.
A população de leões nos parques nacionais do Quénia está em declínio, quando comparado com há umas décadas, e a culpa, alertam os responsáveis, é do maior predador de todos: o ser humano.
No Dia Mundial do Leão, os especialistas querem que o mundo saiba os perigos enfrentados pela espécie. Shadrack Ngene lidera a equipa nacional de gestão da conservação de espécies e conhece de perto as causas para a diminuição de leões africanos na região.
"As pessoas instalaram-se e cultivaram em áreas onde os leões costumavam viver e o aumento da população humana também resultou na diminuição da quantidade de espécies de presas fora das áreas protegidas. Se as presas não existem, os leões procuram uma alternativa, sobretudo gado. Isso causa conflitos entre humanos e leões", revela.
Menos conflito e mais equilíbrio é o que procuram os serviços de conservação da espécie.
No Quénia, os leões são não só uma componente vital dos ecossistemas, como também uma espécie emblemática para o turismo de natureza, essencial para a economia do país. A estratégia nacional de preservação dos leões passa por conservar populações da espécie e das suas presas, para que não ataquem as comunidades locais, nem sejam mortos pelos seus habitantes.
As medidas de conservação parecem estar a dar um resultado modesto, para os especialistas. Pelas contas do Censo Nacional de Vida Selvagem, a população de leões no Quénia tem vindo a recuperar de um mínimo de 1.970, em 2008, para 2.589, em 2021.
No entanto, um outro perigo tem-se tornado, ao longo dos anos, numa séria ameaça. As secas provocadas pelas alterações climáticas estão a levar à escassez de água e comida na região, levando à morte vários animais.
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, os leões africanos são já uma espécie vulnerável.