A cineasta italiana foi a primeira mulher a ser nomeada para o Óscar de Melhor Realização
PUBLICIDADEMorreu Lina Wertmüller.
A cineasta italiana foi a primeira mulher a ser nomeada para o Óscar de Melhor Realização. Tinha 93 anos.Wertmüller entrou no mundo da sétima arte pela mão de Federico Fellini, que a colocou como assistente de realização. Em 1963 assume, sozinha, a realização da película "Os Inativos".
O reconhecimento mundial chegou em 1976 com a nomeação para o Óscar de Melhor Realização com o filme "Pasqualino das Sete Beldades".
Recuperamos parte de uma entrevista que a realizadora concedeu à euronews em 2019, onde foi questionada sobre como encorajaria uma mulher a trabalhar na indústria do cinema, ainda muito dominada por homens.
A cineasta respondeu que isso "depende, porque quando ela é, por exemplo, uma grande atriz, ela tem um poder, um poder particular, que muitas vezes é maior do que o dos homens. Não se trata de sexo, trata-se do poder de cada um no trabalho".
Ao longo da sua carreira, Lina Wertmüller abordou nos seus filmes várias questões por vezes controversas. Para a cineasta, o que interessava era se o tema era ou não apaixonante.
Questionada sobre como passaria para o cinema uma questão fraturante como a imigração e como os políticos lidam com a mesma, Wertmüller respondeu:
"Todos estes temas fazem parte da nossa história, da minha história, por isso, de vez em quando, eu trataria deles como me parecesse adequado. Quando me apaixono por uma história, sigo-a, ela guia-me. Não há nada pré-fabricado sobre isso".
Lina Wertmüller faleceu esta quinta-feira, em Roma. Para trás, deixa uma longa carreira com mais de duas dezenas de títulos. O último trabalho foi a curta-metragem "Roma, Napoli, Venezia... in un crescendo rossiniano", de 2014.