Este ano, a Sérvia gastará quase 500 milhões de euros em armas e arsenais militares.
Este ano, a Sérvia gastará quase 500 milhões de euros em armas e arsenais militares. Armas modernas como o sistema antitanque russo Kornet, apresentado recentemente ao presidente da Sérvia. Segundo o ministro da Defesa sérvio Nebojša Stefanović, a aquisição de novas armas vai continuar e tem como objetivo a modernização das estruturas de defesa do país.
"A Sérvia não representa uma ameaça para ninguém. Este esforço visa dotar as forcas armadas de capacidade defensiva do país. Estamos atentos aos desenvolvimentos noutros países e, para nós, isto não é uma corrida ao armamento, mas sim um investimento de que o nosso país necessita," afirmou.
Muitos países dos Balcãs estão a seguir o mesmo caminho e para o perito Igor Tabak a tendência deve-se ao novo contexto geopolítico da região.
"A Hungria está a adquirir mais equipamento do que aquele de todos os países da antiga Jugoslávia em conjunto. Por sua vez, a Bulgária e a Roménia estão a modernizar-se rapidamente. Para além disso, todos os países vizinhos – a Croácia, Eslovénia, Hungria, Roménia, Bulgária, Albânia, Macedónia do Norte, e o Montenegro – são membros da NATO, e alguns deles são membros da União Europeia," comentou.
A Croácia também está a meter a mão ao bolso e pagará 1,2 mil milhões de euros por veículos de combate – por exemplo, aviões – e na Bósnia-Herzegovina e Kosovo verifica-se a mesma tendência. Três décadas após a guerra, estarão os Balcãs de novo numa corrida ao armamento?
Vlade Radulovic, do Centro de Pesquisa de Geoestratégia e Terrorismo em Belgrado, pensa que não. "Acho que não se trata de uma corrida às armas. O facto é que todos os países da ex-Jugoslávia têm um arsenal bélico antiquado e desfasado da era da tecnologia moderna. Antigamente não havia drones e hoje em dia ter drones é essencial. Por outro lado, há outros equipamentos novos e modernos que se devem também adquirir," comentou.
Segundo a última sondagem do Centro para a Política de Segurança de Belgrado, 40% dos cidadãos, o dobro de há dez anos, pensam que as forças armadas estão bem equipadas, e para dois terços destes, a mesma verba, no mínimo, devia ser afetada à aquisição de equipamento bélico.