Presidente Sissoco Embaló diz que "atentado à democracia" está controlado

Algumas pessoas assistem de longe ao ataque ao Palácio do Governo em Bissau
Algumas pessoas assistem de longe ao ataque ao Palácio do Governo em Bissau Direitos de autor EPA/ANTONIO AMARAL
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De  Francisco Marques
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Sede do governo da Guiné Bissau foi palco de um tiroteio durante cinco horas. Onda de apoio internacional apela à ordem democrática no país lusófono

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O presidente da Guiné Bissau agradeceu às forças de defesa e segurança terem impedido um "atentado à democracia" no ataque desta terça-feira ao Palácio do Governo, em Bissau.

Após garantir ter a situação sob controlo, Umaro Sissoco Embaló falou de "ato bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga", admitiu.

Sem precisar números, o chefe de Estado revelou apenas haver "mortos e feridos", na sequência deste ataque que algumas entidades estão a descrever como "uma tentativa de golpe de Estado".

Numa declaração proferida já no Palácio presidencial, ladeado por membros do governo, Umaro Sissoco Embaló assumiu-se como "um homem de paz, contra a violência", e disse que "a Guiné Bissau não merecia isto".

O presidente guineense foi entretanto contactado pelo homólogo português. Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se solidário com Embaló e condenou "veemente" o ataque ao Palácio do Governo em Bissau.

Uma posição também manifestada pela CPLP, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, pela União Africana, pela CEDEAO e pelo secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, com quem Embaló, entretanto, disse também ter falado.

No final de uma declaração aos meios de comunicação social, em Nova Iorque, a propósito da situação na Etiópia, Guterres foi questionado sobre o ataque em Bissau.

O secretário-geral da ONU admitiu não ter ainda, naquele momento, "detalhes sobre o ocorrido", mas deixou uma mensagem clara para a restituição da normalidade naquele país lusoafricano.

"Para nós, é claro que golpes de estado são totalmente inaceitáveis. Estamos a ver uma terrível multiplicação de golpes de estado e fazemos um forte apelo para que os soldados se retirem e para que a ordem constitucional seja totalmente reposta no contexto democrático da atual Guiné Bissau", afirmou António Guterres.

O ataque terá começado por volta da hora do almoço, em Bissau. Vários tiros foram ouvidos junto ao Palácio do Governo, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente e do primeiro-ministro.

Sissoco Embaló disse que o tiroteio prolongou-se por cinco horas e fonte governamental acrescentou que, pouco depois das 17 horas, militares entraram no palácio e ordenaram a saída dos governantes.

O presidente surgiria mais tarde, na tal declaração já no Palácio Presidencial, a pedir "à população para estar serena".

Editor de vídeo • Francisco Marques

Outras fontes • Lusa, AFP

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