Grupo de afegãs diz que os talibãs lhes roubaram os sonhos

No Afeganistão cresce a resistência das mulheres ao domínio talibã
No Afeganistão cresce a resistência das mulheres ao domínio talibã Direitos de autor Hussein Malla/Copyright 2022 The Associated Press. All right reserved
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De  Nara Madeira com AFP
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Temem pela vida mas nem isso faz um grupo de afegãs deixar a resistência contra os talibãs, no Afeganistão.

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Em Cabul, a capital do Afeganistão, um grupo de mulheres reúne-se para procurar respostas contra os Talibãs que lhe roubaram "os sonhos", como as próprias dizem. No país cresce uma resistência contra o regime islamista.Começaram por ser 15 jovens ativistas, maioritariamente, hoje são dezenas. Temem pela vida mas isso não as impede de sair às ruas, em protesto.

O que lhes falta, afirmava a directora associada da Divisão dos Direitos da Mulher da Human Rights Watch é apoio da comunidade internacional, principalmente quando quatro delas estão detidas. Heather Barr, dizia-se preocupada por não saber se voltará a vê-las vivas ou a que tipo de violência podem estar a ser submetidas. Preocupava-se também com as restantes manifestantes que participaram nos protestos em diferentes cidades do país, porque as manifestações têm vindo a aumentar, desde 15 de agosto,e teme que isso faça com que os Talibãs sintam que têm de encontrar uma forma de esmagar os protestos, já esta semana. (...)

A estratégia destas mulheres é tentarem proteger-se realizando protestos públicos, ainda que essa proteção seja limitada, referia esta responsável da referida ONG. E, acrescentava, parte dessa proteção esperavam recebê-la do estrangeiro o que, de facto, não está a acontecer. Heather Barr dizia-se zangada por ter havido tão pouca resposta por parte da comunidade internacional".

Quando os Talibãs governaram o país, entre 1996 e 2001, as violações dos Direitos Humanos foram notória. Agora, e apesar das promessas do executivo, as liberdades das mulheres voltam a ser reprimidas: estão impedidas de ocupar cargos-chave na administração pública, muitas escolas femininas do segundo ciclo fecharam e os currículos universitários estão a ser revistos para refletirem a interpretação Talibã do Islão. Universidades a que, na maioria dos casos, as mulheres não têm acesso.

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