Conferência dos Balcãs em Berlim termina com ratificação de acordos de mobilidade

Chanceler alemão e presidente da Comissão Europeia na Conferência dos Balcãs Ocidentais
Chanceler alemão e presidente da Comissão Europeia na Conferência dos Balcãs Ocidentais Direitos de autor Michele Tantussi/Copyright 2022 The AP
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De  Francisco Marques
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Alemanha foi a anfitriã e apelou à Sérvia e ao Kosovo para normalizarem as relações mútuas, num passo para reforçar a defesa dos valores europeus nomeadamente contra a ameaça do Kremlin

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A Alemanha apelou esta quinta-feira à normalização das relações entre a Sérvia e o Kosovo, duas antigas repúblicas jugoslavas, ainda hoje em atrito, com Belgrado a não reconhecer a independência decretada em 2008 pelo governo de Pristina.

Apenas juntos podemos proteger os valores europeus e o estado de direito. E apenas juntos podemos vencer os enormes desafios que se colocam ao nosso continente e ao mundo.
Olaf Scholz
Chanceler da Alemanha

A mensagem foi partilhada pelo chanceler alemão à entrada para a uma conferência em Berlim dedicada aos Balcãs ocidentais, juntando ao anfitrião seis países daquela região (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Montenegro, Macedónia do Norte e Sérvia) e ainda os líderes da Comissão e do Conselho Europeus, respetivamente, Ursula von der Leyen e Charlos Michel.

A invasão russa da Ucrânia fez tremer a Europa e o chanceler alemão Olaf Scholz, num claro recado à Sérvia, que se tem mostrado mais próxima do Kremlin, a dizer ser tempo de se ultrapassarem os conflitos regionais para se poder defender os interesses comuns europeus, nomeadamente o isolamento de Vladimir Putin.

"Os cidadãos dos Balcãs ocidentais podem contar com a Alemanha e com o processo em curso em Berlim para continuarem a ser apoiados. Somente juntos podemos trabalhar rumo a uma União Europeia mais soberana", afirmou Scholz, o anfitrião desta conferência sobre os Balcãs Ocidentais.

A mensagem de Scholz pretender também ser um alerta para as nações dos Balcãs que ambicionam vir a integrar a União Europeia. Um processo de adesão diretamente dependente do respeito pelos valores de respeito e tolerância exigidos entre os atuais 27 Estados-membros.

O problema da energia agravado pelas sanções russas provocadas pela invasão e anexação unilateral de território ucraniano também esteve sobre a mesa desta conferência em Berlim.

Pelas redes sociais, a Presidente da Comissão Europeia reforçou entretanto o apoio ao alargamento aos Balcãs do bloco europeu e sublinhou o plano de investimento de 30 mil milhões de euros para aquela região europeia.

"Queremos trazer os nossos parceiros para mais perto tão rápido quanto possível. E vamos fazê-lo através do processo de adesão", assegurou Ursula von der Leyen.

Dirigindo-se aos representantes dos vários governos nacionais presentes em Berlim, o chanceler alemão sublinhou ainda que "a estabilidade e a prosperidade" dos Balcãs ocidentais "não pode estar desligada da estabilidade e da prosperidade da Europa como um todo".

Olaf Scholz destacou como "crucial" a resolução de problemas como a "migração ilegal, a corrupção e o crime organizado".

Em particular, a Sérvia têm sido também um dos países daquela região por onde tem sido mais fácil a entrada de migrantes em rota para os países do norte da União Europeia.

No final da conferência de Berlim, os países dos Balcãs presentes em Berlim assinaram um memorando de reconhecimento mútuo dos documentos de identidade dos respetivos cidadãos, dos diplomas universitários e também das qualificações profissionais.

"Saúdo a assinatura dos três acordos de mobilidade nos Balcãs ocidentais. Mais se devem seguir para completar o Mercado Comum Regional. Isto é bom para a economia e vai reforçar os laços pessoais na região. O mesmo que se passa no coração do projeto europeu", afirmou Von der Leyen, uma vez mais pelas redes sociais.

Outras fontes • France Press

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