EUA tentam reconquistar confiança de dirigentes africanos

África é o novo terreno de confronto geoestratégico entre os Estados Unidos, a China e a Rússia. Washington acolhe durante três dias dirigentes políticos e económicos do continente africano numa cimeira com muitas vertentes e onde alguns países são tratados com particular atenção.
Na cimeira que decorre entre terça e quinta-feira não se vai falar de África, refere Ervin Massinga, do Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento de Estado, vai sobretudo falar-se com africanos, enquanto parceiros, sobre o futuro do continente, das respetivas sociedades e economias e do futuro do mundo.
Massinga recordou a importância de Angola no contexto atual. Em termos de desenvolvimento económico, além do setor tradicional dos hidrocarbonetos, sublinhou a agricultura, indústria, telecomunicações e manifestou o interesse americano em participar nesta “história de crescimento” com investimentos privados.
Finalmente, elogiou o papel de Angola na tentativa de pacificar os conflitos regionais e a parceria com os Estados Unidos.
O secretário de Estado, Anthony Blinken, e o secretário da Defesa, Lloyd Austin, receberam esta terça-feira o presidente João Lourenço que recordou à administração norte-americana a mudança em curso na política externa angolana.
"Angola tem dado sinais muito evidentes de que está muito interessada em reforçar esta cooperação com os Estados Unidos da América. Portanto, não tenham dúvidas quando às nossas intenções deste passo muito responsável que estamos a dar se tivermos em conta o passado histórico das nossas relações, portanto está a haver uma viragem que podemos dizer significativa."
Washington pretende com esta cimeira recuperar a confiança dos dirigentes africanos. A administração Biden mencionou um potencial envelope financeiro de 55 mil milhões de dólares para investir no continente nos próximos três anos.