Na frente sul da guerra na Ucrânia, os que sobrevivem aos ataques constantes depositam todas as esperanças na anunciada contraofensiva, que tarda em chegar.
A contraofensiva ucraniana será lançada no "momento certo", diz o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyha, mostrando otimismo.
A sobreviverem em condições muito difíceis, as populações na linha da frente anseiam por esse momento.
A sete quilómetros de Orikhiv, na frente sul da guerra, vive-se em caves. Cá fora, perante o sol da primavera, só destruição e caos.
Svitlana Romashko, assistente social, voluntária na cozinha da cave, afirma: "É muito triste e faz-me chorar. Vejo-o todos os dias; vou para o trabalho de manhã, havia uma casa, volto do trabalho à noite - já não há casa. É muito triste e podemos chorar todos os dias, mas talvez não o façamos. Os inimigos não me vão ver a chorar".
Todos os dias a guerra cobra destruição e vidas humanas. Arman Soldin, o jornalista de vídeo da agência francesa, France Presse, que filmou estes testemunhos, foi morto esta terça-feira por disparos de foguetes Grad perto de Chasiv Yar, no leste da Ucrânia.
À medida que a guerra avança, a comida está a tornar-se cada vez mais importante em todo o país. Em tempos de incerteza, a alimentação torna-se uma prioridade
Em Kiev, os voluntários estão a ser criativos para alimentar os soldados que lutam na frente. Os voluntários criam barras energéticas para as tropas, com nozes e frutos secos e estão também a adaptar a tradicional sopa borscht, com beterrabas e couve, usando os legumes secos que podem ser hidratados e comidos em qualquer momento.
Svitlana Kozina, coordenadora do grupo de voluntários "Kucharska sotna stolicy" diz: "Na frente, o mais importante são as munições e a comida. É com isto que disparam e é isto que consomem para se fortalecerem. A comida nesta forma é muito cómoda porque é compacta. Pode guardar-se uma embalagem destas num saco, ou mesmo num bolso do casaco, e usá-la. Podem pô-la dentro do colete à prova de bala".