Ação surge na sequência do suicídio de uma adolescente de 13 anos.
Na semana que passou, todos os alunos do sexto ao nono ano em França tiveram direito a uma hora de sensibilização para o cyberbullying. A decisão surge um mês depois de Lindsay, uma jovem de 13 anos vítima de bullying, se ter suicidado.
Nora Tirane-Fraisse luta contra o bullying nas escolas. A filha, Marion, também tinha 13 anos quando se enforcou, no dia13 de fevereiro de 2013.
De acordo com Nora, o calvário de Marion começou nos primeiros anos da escola. Para ela, é imperativo que as crianças sejam educadas desde tenra idade:
"Para a Marion, de facto, aconteceu aos treze anos. Mas, seguindo o fio da meada, são todas as pequenas provocações, os gozos que são postos de lado, que a criança minimiza e que nós, adultos, também minimizamos. Eu via claramente que as outras crianças não a convidavam, que estava sozinha. A certa altura, a criança diz: 'Vou parar de brincar. Já não tem piada. Não vou mais a uma escola onde eu denuncio os factos e eles não são tidos em conta'. E foi isso que aconteceu entre 12 e 13 de fevereiro", conta a mãe, fundadora e delegada-geral da associação Marion La Main Tendue.
O caso em Espanha
Algumas escolas em França e noutras partes da Europa têm-se mostrado relutantes em falar de bullying. Espanha, por exemplo, foi palco de incidentes relacionados com o bullying escolar:
Enrique Perez-Carrillo, presidente da Associação Espanhola de Prevenção do Assédio Escolar (AEPAE), diz:"A escola, em última análise, por defeito, não toma o partido da vítima e minimiza o problema, para o tornar invisível, para que não afete o prestígio da escola e para que o que acontece não chegue à inspeção escolar".
Tirar os agressores do espírito de grupo
Mas há soluções que estão a ser propostas. O desafio é, portanto, ouvir a vítima, mas também trabalhar com os agressores:
Eis o que propõer Jean-Pierre Bellon, filósofo e diretor do RESIS - Centro de Recursos e Estudos Sistémicos contra o Assédio Escolar:"Individualizamos os alunos, tiramo-los da mentalidade de rebanho, tentamos envolvê-los na resolução do problema. É muito eficaz e não significa que não devamos punir em certos casos. 'Estou preocupado com o teu colega, ele não está a ir bem. O que é que me podes dizer? O que é que podemos fazer?' - são as perguntas que devemos fazer", explica.