Teme-se o pior na central nuclear de Zaporíjia, com acusações mútuas entre Kiev e Moscovo, enquanto vastas zonas da Ucrânia enfrentam a desolação deixada pelas águas da barragem de Kakhovka.
Já passou um mês desde que vastas áreas da região de Kherson foram inundadas após a destruição da barragem de Kakhovka, controlada pela Rússia, no sul da Ucrânia.
Como consequência imediata, milhares de pessoas foram obrigadas a fugir e a catástrofe ambiental provocada terá efeitos por anos.
Um mês depois, a água pode ter escoado, mas deixou uma imagem contínua de destruição. Muitos residentes sentem-se abandonados.
Nadiya Yefremova, de 86 anos, habitante de Afanasiyivka, diz: "O nosso presidente disse que a água já não está a chegar, por isso temos de ser nós a tratar das consequências. É preciso dinheiro para isso! Quem é que o fará de graça..."
Lá fora, o solo de onde a água recuou é agora de uma cor castanha escura, feita de erva morta, culturas destruídas e lama. A ONU e as agências de ajuda humanitária estão na região, mas as consequências do rebentamento da barragem e das inundações far-se-ão sentir durante meses, se não, anos.
A situação em Zaporíjia continua "tensa", uma vez que Kiev e Moscovo se acusam mutuamente de planear um ataque à central nuclear. A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), organismo de vigilância nuclear da ONU, solicitou um maior acesso à central depois de o presidente Zelenskyy ter acusado Moscovo de colocar explosivos no telhado de várias unidades de produção de energia do complexo da central.
Entretanto, o Ministério da Defesa russo afirma que as forças russas atingiram três grupos do exército ucraniano perto de Bakhmut. O relatório surge no meio de relatos contraditórios sobre os combates na zona. Ambos os lados reclamam ganhos.
A Rússia continua a bombardear cidades ucranianas. Esta noite, o ataque em Lviv, junto da fronteira com a Polónia, deixou mortos e feridos, como revelou o presidente ucraniano no Twitter.