Zaporíjia: Desce a tensão mas não o medo

Vista de satélite dos telhados da Central Nuclear de Zaporíjia
Vista de satélite dos telhados da Central Nuclear de Zaporíjia Direitos de autor AP/Satellite image ©2023 Maxar Technologies
Direitos de autor AP/Satellite image ©2023 Maxar Technologies
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A tensão está a diminuir em torno da central nuclear de Zaporíjia, mas não o medo de um desastre de dimensões gigantescas.

PUBLICIDADE

A Rússia negou as acusações ucranianas de ter colocado explosivos no telhado da Central Nuclear de Zaporíjia para simular um ataque. Moscovo acrescentou que responderá com a máxima dureza a qualquer ataque ucraniano. 

Os telhados dos edifícios do complexo da central estão a ser observados de perto por numerosos satélites, mas no meio das acusações cruzadas, a vida e o medo continuam na área circundante.

O polícia Valery Golovan, afirma: "Acreditamos que tudo é possível. Não se pode brincar com isso. Não sabemos o que esperar destas pessoas que invadiram a nossa terra. Tudo pode estar nas suas mentes. Por isso, sim, acreditamos que a ameaça é real".

Natalia Fedosh, deslocada de Energodar, parece menos ansiosa: "Se fizessem explodir a central nuclear, isso afetaria a Rússia, ou metade da Rússia de certeza, e metade da Europa. Chernobyl não é nada comparado com a nossa central nuclear".

Oleksiy Arnautov, chefe do centro educativo e metódico de proteção civil e segurança da vida da região de Zaporíjia diz: "Em caso de emergência, serão ativados os planos de resposta relevantes que já foram preparados e testados. A propósito, treinámo-los novamente na semana passada. As unidades do serviço estarão envolvidas na descontaminação de pessoas e equipamentos que abandonem a área contaminada."

De acordo com os serviços secretos ucranianos, o risco de um ataque à central elétrica está a diminuir gradualmente. Segundo os meios de comunicação ocidentais, uma alegada conversa entre Vladimir Putin e Xi Jinping terá servido para afastar essa possibilidade.

Os receios surgiram na terça-feira quando o presidente ucraniano, citando os últimos relatórios dos serviços secretos, alegou que as tropas russas tinham colocado "objetos semelhantes a explosivos" em cima de várias unidades de energia da central para "simular" um ataque do exterior.

"A sua detonação não deve danificar as unidades de energia, mas pode criar uma imagem de bombardeamento da Ucrânia", segundo um comunicado do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia.

A Associated Press analisou imagens de satélite de alta resolução da central, tiradas na segunda e na quarta-feira. As fotos não mostram alterações visíveis nos telhados das seis cúpulas de contenção de betão que cobrem os reatores da central, nem nos edifícios próximos.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) tem funcionários estacionados na central controlada pela Rússia, que ainda é gerida por uma equipa ucraniana que supervisiona sistemas de refrigeração cruciais e outras características de segurança.

A localização da central numa zona de combates intensos colocou-a à mercê de projéteis ou foguetes perdidos, e a evacuação ordenada pela Rússia de centenas de habitantes locais em maio aumentou a ansiedade. A AIEA tem tentado em vão forjar um acordo sobre uma zona de segurança em torno da central.

O Diretor-Geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse que a mais recente inspeção da sua agência à central não encontrou qualquer atividade relacionada com explosivos, "mas continuamos extremamente alerta".

Os peritos da agência solicitaram um acesso adicional aos telhados de duas unidades de reatores, bem como aos pavilhões das turbinas e a algumas partes do sistema de arrefecimento da central, para confirmar a ausência de explosivos.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Sete mortes em ataque russo a centro de distribuição de ajuda humanitária

Moscovo e Kiev acordam trocar 48 crianças deslocadas pela guerra

Detido vice-ministro russo acusado de ter recebido subornos na reconstrução de Mariupol