Paris criou um centro de crise para organizar as viagens, num contexto de deterioração da segurança
Com o aumento da tensão no Níger, e sem sinais de retrocesso por parte da junta militar que tomou o poder através de um golpe de estado, a França começou a retirar centenas de cidadãos europeus da capital Niamey.
Através de um comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros francês citou a violência recente que teve como alvo a Embaixada de França como uma das razões para a decisão. Referiu que o encerramento do espaço aéreo do Níger também "deixa os nossos compatriotas impossibilitados de deixar o país pelos seus próprios meios”. Revelou ainda que a retirada começou esta terça-feira para os cidadãos franceses e europeus que desejem partir.
Em hotéis da capital, cidadãos franceses e de outras nacionalidades europeias, incluindo alguns que trabalham no país há anos, faziam as malas à espera de notícias.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou sanções económicas e de viagem contra o Níger no domingo e disse que usaria a força se os líderes do golpe não reintegrassem Mohamed Bazoum no prazo de uma semana.
Três países mostraram publicamente o apoio à junta militar do Níger
Numa declaração conjunta, os governos militares do Mali e do Burkina Faso garantiram que "qualquer intervenção militar contra aquele país será considerada como uma declaração de guerra”. Os dois países denunciaram as sanções económicas da CEDEAO como "ilegais, ilegítimas e desumanas" e recusaram-se a aplicá-las.
Também no domingo, a Guiné-Conacri, outro país sob regime militar desde 2021, emitiu uma declaração de apoio à junta do Níger, considerando que uma intervenção militar contra o levará à “rotura de facto” da CEDEAO.