Problema é transversal a vários países europeus.
Em Mulhouse, no leste de França, a aposentação de três médicos no centro de saúde do bairro de Bourtzwiller deixou cerca de cinco mil pessoas entregues à própria sorte.
Há anos que se procuram sucessores, mas em vão.
“Estamos a tentar montar um novo centro, se possível até ao final de novembro, caso contrário no início de maio. (…) Com o apoio de médicos reformados, estudantes de medicina e assistentes, conseguiremos tratar, pelo menos, dos doentes mais crónicos com maiores necessidades de apoio", sublinhou Frederic Tryniszewski, presidente, SOS Medecin Mulhouse.
O problema de Mulhouse é que não consegue atrair muito talento.
Portugal e outros países europeus partilham as mesmas dores. De tal forma, que o Governo português até pensa em contratar médicos estrangeiros.
O deserto médico de Mulhouse levou muitos locais a voltar-se para a organização não-governamental Médicos sem Fronteiras.
Em França, sete em cada dez pessoas tiveram de desistir de tratamentos médicos pelo menos uma vez.